Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
O governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), lida com uma trinca de ases – aquele sequência fortíssima no jogo de pôquer – no seu baralho de sucessão ao Palácio Anchieta. Nas mãos dele, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), e o coordenador da bancada federal capixaba, Da Vitória (Progressistas), que ainda comanda a federação União Progressista – formada pelos partidos União Brasil e Progressistas.
Essa trinca ficou muito evidente em entrevista a qual concedeu ao portal Exame. Em questionamento sobre a construção do processo eleitoral de 2026, o socialista foi enfático.
“Meu desejo é juntar todo mundo. A gente tem pelo menos o Ricardo, o Da Vitória, o prefeito de Vila Velha (Arnaldinho). Têm essas pessoas com esse desejo de candidatura. Mas juntar em torno de uma candidatura única é a minha tarefa principal, que é organizar a sucessão”, explicou o socialista.
Se outrora a caminhada começou com seis nomes (incluíam-se nessa ainda Sergio Vidigal, Euclério Sampaio e Gilson Daniel), agora o que se verifica é um afunilamento dos nomes.
Ricardo é tido como a opção número 1 do governo. É visto como sucessor natural e até para a estabilidade do grupo seu triunfo seria interessante, visto que só poderia ficar quatro anos na cadeira de governador.
Arnaldinho vem com a retórica de ser o novo, de ser alguém mais oxigenado para o possível embate que se desenha contra o grupo rival, que tende a escolher o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), como seu representante para ir às urnas.
Já Da Vitória tem sua importância por dois fatores. O político tem mandato municipalista e tem a chave da federação União Progressista. O apoio dessa federação será fundamental para agregar mais apoiadores, especialmente de centro e de direita, num Estado que caminha cada vez mais para um voto conservador.
Mas o que fica consolidado é o discurso de Casagrande de união. Ele não pode se dar ao luxo de perder aliados num processo que já está acirrado antecipadamente. As eventuais saídas, por exemplo, de Arnaldinho e de Da Vitória do projeto político que apoiar Ricardo podem ter consequências fortes no mercado.
Casagrande, como demonstra seu posicionamento, sabe que a figura dele está mais do que consolidada, que tem a devida noção do que é e do que representa. O que ele precisa solidificar é quem será o ungido dele no processo de sucessão e construir as bases para que ninguém saia do seu projeto.
Só em janeiro
Em outra entrevista nacional, desta vez ao Canal Livre, da Band, Casagrande disse que só em janeiro do ano que vem vai decidir sobre seu destino eleitoral. E que se realmente for para a batalha das urnas, o Senado será sua escolha.