Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
O vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), adentrou, recentemente, num ritmo de popularizar o nome dele. E já pegando um pouco do Carnaval, que se aproxima, é possível dizer que o emedebista está numa situação com o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), ao estilo do hit chiclete do axé no verão 2001, “Tesouro do Pirata (Onda, Onda)”, do Tchakabum: “O capitão mandou. O marujo: sim, senhor”.
Em conversa com EntreVistas, de ES Hoje, o filho do prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (Progressistas), não nega que tem o interesse de se viabilizar, mas sempre reitera que faz parte de um grupo, que a decisão caberá a Casagrande e que vai apoiar o escolhido por todos os integrantes do projeto político.
Muito da precaução, porém com toques de que colocou o bloco na rua para pré-campanha, é fruto do “abril sangrento”, episódio de 2010 em que ele foi preterido da corrida para o governo e teve de ir para o pleito do Senado. E o beneficiado nessa história foi o então senador Casagrande, campeão nas urnas para o Executivo estadual. “Episódio que ficou para trás, mas que revelou grande aprendizado”, sintetizou.
Assim sendo, não é por acaso que Ricardo repete termos como “momento certo”. Só que, contraditoriamente, o cenário político capixaba fez com que largadas fossem queimadas. Nos idos do fim do ano passado, foi revelado que o ex-governador Paulo Hartung está a caminho do PSD. O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), passou a caminhar pelo Espírito Santo. E Casagrande e seu grupo tomaram a iniciativa de fortalecer seus elos e manter aliados ao redor.
O vice-governador até diz que o pleito ainda não está na pauta dos cidadãos e que isso poderia ser até um desprezo para com a população. Ocorre que colocar Ricardo para andar para cima e para baixo com Casagrande é debater o pleito, sim. Lembrando que quem apresenta boas notícias tende a ser melhor recebido pela comunidade e há a tentativa de transferência de votos e de popularidade, assim como aconteceu com Weverson Meireles (PDT), na Serra, por meio do pupilo Sergio Vidigal (PDT).
O presidente estadual do MDB escancara que o projeto político de Casagrande e companhia estará com suas lacunas cheias, havendo preenchimento de candidatos para governador, vice-governador e dois senadores, sem contar para o Congresso e Assembleia Legislativa.
Para Ricardo, o governador deverá fazer aquilo que for melhor para o Espírito e ele acredita que o socialista ainda não decidiu sobre ser ou não candidato ao Senado, muito embora os sinais digam que “sim”. Isso tudo é importante pelo fato de que o emedebista poderá ser governador ao longo do ano que vem caso Casagrande renuncie para disputa do cargo ao Congresso.
O senso comum relata que há muita água para passar até o ano que vem. As tarefas de Ricardo são popularizar o nome dele, que é analisado como “duro” e menos carismático do que o do governador; ganhar recall; e ter todos ao lado dele. Por mais que já inicie sua pré-candidatura, todo cuidado é pouco: a volatilidade da política e o “abril sangrento” remontam a memória de que prudência é necessária para não ter barrigada e decepção.