Por Poder / ES Hoje / Foto: Divulgação
Que o pleito na Serra é reconhecido, há décadas, pela emoção à flor da pele, isso já é notavelmente sabido. No entanto, o que se vê nos últimos dias no segundo turno entre Weverson Meireles (PDT) e Pablo Muribeca (Republicanos) é uma chuva de ataques e de teorias de medo, deixando completamente de lado as propostas.
Trata-se de uma guerra de narrativas, visto que ainda há uma parcela interessante – e que pode fazer a diferença – de eleitores que estão indecisos ou que votariam branco/nulo, conforme a pesquisa do Instituto Perfil, divulgada por ES Hoje nessa segunda-feira (21). Logo, é preciso conquistar o coração do cidadão. E isso envolve até desmerecer o concorrente.
Líder no primeiro turno e nos levantamentos de intenções de votos, Weverson passou a afirmar que o seu adversário é “o campeão de fake news nesta eleição” e que não cumpre ordens da Justiça. Além disso, o pedetista, como vem fazendo ao longo de toda campanha, se baseia nos pilares do prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), e do governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), para reforçar sua notoriedade.
Do lado de Muribeca, a aposta é ir para um caminho de que, com o pedetista, haverá perpetuação de um grupo no poder, até mesmo com uso de truculência, se necessário. Assim sendo, o republicano reforça que ele é a mudança e não o seu rival.
Há outro ingrediente que vem aparecendo: as teorias do medo. O temor quanto ao deputado estadual, provocado pela campanha de Weverson, demonstra que ele seria capaz até de forjar situações de crise na saúde para criar um factoide. E para piorar: corroborado pelo colega de partido Muribeca, Hudson Leal (Republicanos), que tem rixa pessoal com o político do chapéu por conta de uma inspeção que teria até causado lesões na filha do médico deputado.
Já dos lados mais conservadores, o ingrediente da vez é a guerra ideológica, na qual retrata que o pedetista defenderia “o que o PT quer”, “o que é podre” e, temperando com religião, até envolvendo o “sete peles” – vade-retro!.
Se esses argumentos vão ter efeitos e até onde poderão ir, a resposta virá no próximo domingo. O grande problema é relegar o debate da definição da prefeitura do maior colégio eleitoral do Espírito Santo para um baixíssimo nível, que não condiz, inclusive, com a participação de tantos atores políticos relevantes e que buscam por voos maiores em 2026.
Ofensas e chumbos trocados não podem ser maiores do que as necessidades de um município que tem alta dependência do poder público – em todas as suas esferas. Relegar por baixo é ruim para os candidatos, para os políticos e, principalmente, para a população, maior prejudicada nesse processo todo.
Pazola na Serra
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), endossou mais uma caminhada/carreata de Muribeca. Previsão de que esteja novamente em um evento chamado “Virada 10 Paz pela Serra”, nesta terça-feira (22). Outro esperado é o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União Brasil).
Será que aparece?
Falando em apoiador, será que o deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos) estará presente?
Puxadores de votos
Como ES Hoje em Dados demonstrou, candidatos a vereador, que foram campeões de votos nos bairros, estão sendo fortes cabos eleitorais no segundo turno. E a campanha de Weverson Meireles está fazendo uso disso.
Unha e carne
Por sinal, válido ressaltar, cada vez mais, a dobradinha entre Progressistas e Republicanos. Os partidos estão bastante alinhados especialmente quanto à gestão de Vitória.