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Vitória caminha para batalha de protagonismo feminino

Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação

Às vésperas de completar 474 anos, Vitória se aproxima de um cenário político inédito: a possibilidade de uma disputa de protagonismo feminino no comando da Capital. O desfecho, entretanto, dependerá da decisão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Caso opte por disputar o governo do Estado, terá de renunciar ao cargo em abril de 2026. Nesse caso, a vice-prefeita Cris Samorini (Progressistas) assumirá a chefia do Executivo, tornando-se a primeira mulher a governar a cidade: um marco simbólico para uma capital com eleitorado majoritariamente formado por cidadãos com nível superior.

Cris representa a vertente de centro/direita, fortalecida nos últimos anos no Espírito Santo e em Vitória, especialmente após a gestão Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.

Porém, um eventual projeto de reeleição encontrará como contraponto outra liderança feminina: a vereadora Karla Coser (PT).

Karla foi a parlamentar mais votada em Vitória na última eleição, com 7.256 votos, número expressivo diante dos 1.961 obtidos em 2020. Jovem liderança petista, ela encarna a renovação partidária e busca romper com a imagem de que o PT concentra excessivamente sua identidade na figura do presidente Lula, deixando de abrir espaço para novas vozes.

Nos bastidores, cresce a expectativa de que um embate entre Cris e Karla possa marcar a disputa municipal de 2028, mas tudo condicionado à escolha de Pazolini no próximo ano. Se a progressista for alçada ao comando, ela liderará uma cidade que, desde que a reeleição foi implantada, reconduz seus gestores.

Ainda assim, a trajetória de Karla abre outras possibilidades. Avaliações de estrategistas apontam que seu perfil seria adequado para uma candidatura à Câmara dos Deputados.

Nesse campo, contudo, ela teria de enfrentar nomes de peso, como o próprio pai e recém-eleito presidente estadual do PT, João Coser, além dos deputados federais Helder Salomão e Jack Rocha. Há outras costuras a serem realizadas internamente no partido.

Atualmente em licença-maternidade, Karla continua acompanhando o mandato e seus desdobramentos políticos. Cris, por sua vez, intensifica presença em eventos oficiais e se movimenta para compreender de forma mais profunda o funcionamento da máquina administrativa.

O fato é que as articulações em curso podem conduzir Vitória a um momento histórico: não apenas a primeira prefeita no cargo, mas também uma eleição em que duas mulheres polarizem a preferência do eleitorado. Um avanço relevante para a representatividade, para o fortalecimento da democracia e para uma cidade que, como todo o Estado, ainda convive com preocupantes índices de violência de gênero.

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