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Urgente! É preciso monitorar e regular partículas atmosféricas de origem metalúrgica!

Por Eraylton Moreschi Junior, presidente da Juntos SOS Ambiental / Foto: Lucas Costa (Ales)

Estudos acadêmicos recém-publicados recomendam:

  • Urgência de monitorar a poluição atmosférica em regiões costeiras e investigar os impactos a longo prazo no consumo de frutos do mar; (Marine Pollution Bulletin)
  • Necessidade urgente de * Regular os contaminantes emergentes presentes no PM₁₀ industrial; * Revisar normas de qualidade do ar à luz dos riscos celulares diretos; * E considerar os impactos da poluição atmosférica sob a perspectiva One Health, integrando saúde humana e ambiental; (Chemosphere)
  • A importância de * Monitorar a poluição atmosférica em zonas costeiras; * Considerar biomarcadores musculares e neurotóxicos na avaliação da saúde dos peixes; * Avaliar os riscos da bioacumulação de metais em cadeias alimentares aquáticas — uma abordagem fundamental para estratégias One Health. (Marine Pollution Bulletin)

  • Luis Felipe de Almeida Duarte Pesquisador do grupo de invertebrados – UNISANTOS/UNISANTAVocê sabia que partículas atmosféricas de origem metalúrgica podem contaminar ecossistemas costeiros e atingir os alimentos que consumimos?No nosso novo estudo publicado na revista Marine Pollution Bulletin, expusemos ostras nativas (Crassostrea rhizophorae) a diferentes concentrações de material particulado sedimentável (SePM), simulando um cenário realista de contaminação em regiões industriais como o Porto de Tubarão (ES). Avaliamos a bioacumulação de 29 metais e efeitos subletais como citotoxicidade, genotoxicidade, neurotoxicidade, alterações enzimáticas, além do risco à saúde humana.⚠️ Resultados principais:* Ostras acumularam metais tóxicos como cádmio, ferro, vanádio e níquel.

    * A citotoxicidade e os danos ao DNA aumentaram com a exposição (tempo e concentração do poluente)

    * ⁠O experimento de depuração constatou que estes resultados são irreversíveis.

    * Mesmo com a contaminação, os riscos ao consumo humano ainda ficaram abaixo dos limites da USEPA, mas estudos envolvendo mais tempo em ambiente natural devem ser conduzidos a fim assegurar esta constatação.

    Esse é o primeiro estudo a integrar ecotoxicologia e segurança alimentar em ostras expostas a partículas atmosféricas, dentro de uma perspectiva One Health.

    📌 O artigo reforça a urgência de monitorar a poluição atmosférica em regiões costeiras e investigar os impactos a longo prazo no consumo de frutos do mar.

     

    Iara da Costa Souza – Idealizadora do projeto e Pesquisadora associada responsável pela coordenação logística geral do projeto; coordenação das linhas de pesquisa com células humanas e microscopia eletrônica. UFSCar/São Carlos

    🫁. Você sabia que partículas atmosféricas com metais tóxicos podem penetrar nossas células pulmonares e causar danos irreversíveis?

    Em nosso novo estudo publicado na revista Chemosphere (Souza et al., 2025), investigamos o caminho de entrada, bioacumulação e detoxificação de partículas metálicas provenientes de material particulado atmosférico (PM₁₀) em células epiteliais pulmonares humanas (A549), coletado próximo a uma área metalúrgica ativa no Espírito Santo (Brasil).

    🔬. Utilizando microscopia eletrônica de alta resolução, espectrometria de massas e ensaios bioquímicos, acompanhamos o processo celular ao longo de 24 horas de exposição. Avaliamos:

    * A internalização de nanopartículas metálicas (NPs);

    * A acumulação intracelular de 5 metais e elementos emergentes;

    * Efeitos como citotoxicidade, apoptose e necrose;

    * Mecanismos celulares de detoxificação via vesículas e exocitose.

    ⚠ Resultados principais:

    * Após apenas 1 hora, NPs já estavam presentes no citoplasma e núcleo das células.

    * As células formaram vesículas para isolar os contaminantes, mas não conseguiram eliminar completamente os metais.

    * Os elementos cério (Ce), ítrio (Y) e titânio (Ti) foram os principais responsáveis pelos efeitos tóxicos.

    * Houve aumento significativo de necrose celular com o aumento da concentração de PM₁₀.

    * Apesar da ausência de estresse oxidativo, os efeitos tóxicos foram claros e dose-dependentes.

    📌. Este é o primeiro estudo a documentar, em sequência temporal, os eventos de internalização, toxicidade e detoxificação celular frente a partículas atmosféricas de origem metalúrgica, com destaque para metais emergentes pouco regulados.

    🔎. Os achados reforçam a necessidade urgente de:

    * Regular os contaminantes emergentes presentes no PM₁₀ industrial;

    * Revisar normas de qualidade do ar à luz dos riscos celulares diretos;

* E considerar os impactos da poluição atmosférica sob a perspectiva One Health, integrando saúde humana e ambiental.

 

Mariana V. Carvalho. Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPG-ERN), Universidade Federal de São Carlos (DCF/UFSCar), Departamento de Ciências Fisiológicas,🐟. Você sabia que partículas atmosféricas podem atingir ambientes aquáticos, acumular-se na musculatura de peixes e comprometer a saúde muscular e neurológica desses animais?

Em nosso novo estudo publicado na revista Marine Pollution Bulletin (Carvalho et al., 2025), investigamos os impactos da exposição ao material particulado sedimentável (SePM) — proveniente de áreas industriais — no peixe estuarino Centropomus parallelus (robalo-peva), amplamente consumido no Brasil.

🧪. Após 96 horas de exposição a diferentes concentrações de SePM, avaliamos:

* A bioacumulação de metais e metaloides nos músculos;

* A atividade de enzimas antioxidantes e biomarcadores de neurotoxicidade;

* A ocorrência de danos oxidativos, como peroxidação lipídica e carbonilação de proteínas;

* E os riscos ao consumo humano, por meio de índices como EDI, THQ e HI.

 

⚠ Principais achados:

* 18 elementos metálicos foram quantificados no SePM e nos tecidos musculares dos peixes.

* Nos músculos vermelhos, houve aumento da atividade de acetilcolinesterase e de proteínas oxidadas, sem alterações nas enzimas antioxidantes.

* Nos músculos brancos, houve queda nos níveis de glutationa (GSH) e da enzima GST, além de aumento nos danos oxidativos.

* Mercúrio, arsênio e chumbo foram os metais que mais contribuíram para o risco toxicológico, embora os níveis não tenham ultrapassado os limites de ingestão aceitável (ADI).

📌 Apesar de não representar risco imediato ao consumo humano em curto prazo, os efeitos oxidativos e neurotóxicos evidenciados alertam para potenciais impactos ecológicos e ameaças à segurança alimentar em cenários de exposição crônica.

🔎 O estudo reforça a importância de:

* Monitorar a poluição atmosférica em zonas costeiras;

* Considerar biomarcadores musculares e neurotóxicos na avaliação da saúde dos peixes;

* Avaliar os riscos da bioacumulação de metais em cadeias alimentares aquáticas — uma abordagem fundamental para estratégias One Health.

 

 

Urgente! É preciso monitorar e regular partículas atmosféricas de origem metalúrgica!

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