Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
Aridelmo Teixeira chegou às trincheiras do PSD, por intermédio do ex-governador do Estado Paulo Hartung (PSD). Se à primeira vista o movimento tem jeito de renovação envelhecida, como analisado por esta coluna, a ação também pode garantir espaço na chapa que deverá ter o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), como cabeça para a disputa do governo do Estado.
Quem acompanha de perto a gestão de Pazolini observa que o atual prefeito nunca se afastou por completo de quadros que circularam no governo Hartung. Nomes como Alex Mariano, Gustavo Perin e Régis Mattos Teixeira, por exemplo, já compuseram o secretariado hartunguista e hoje seguem com protagonismo na Prefeitura de Vitória.
Também estiveram presentes em ambas as administrações figuras como Marcelo Oliveira e o próprio Aridelmo Teixeira, este último com um pé firme tanto na política quanto no meio empresarial e acadêmico.
Na corrida pela reeleição em 2024, Aridelmo era considerado o favorito de Pazolini para compor a chapa como vice. No entanto, sua filiação ao Partido Novo, ainda que representasse um discurso de “renovação e ética na política”, limitava a viabilidade eleitoral da aliança, dada a escassez de recursos e a baixa capilaridade da legenda.
A balança então pesou para o lado da força política e econômica do Progressistas, liderado por Da Vitória, com o suporte estratégico do deputado federal Evair de Melo. O resultado foi a escolha de Cris Samorini (Progressistas) como vice na chapa vitoriosa de Pazolini, uma decisão que, à época, reforçou a musculatura política da coligação.
Mas o cenário para 2026 será diferente. O grupo ligado ao governador Renato Casagrande (PSB) se articula para montar uma chapa competitiva, com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) cotado como principal nome para a disputa do Palácio Anchieta. Diante disso, o Republicanos sabe que precisará ampliar alianças e construir pontes com outras siglas para se manter competitivo. PSD e PL estão no radar e não podem ser desprezados.
Aridelmo, mesmo sem ser um trator de votos, como esta coluna já destacou, pode ser um nome estratégico. Representa um sinal de confiança para setores econômicos e empresariais, com forte identificação com o PIB capixaba. Em tempos de polarização política, pode funcionar como um elemento moderador na chapa de Pazolini, agregando racionalidade econômica e apaziguamento ideológico.
A eventual indicação de Aridelmo como vice também pode reforçar um movimento que Hartung começou a desenhar: a tentativa de reposicionar antigos aliados em novos espaços de poder. Pode até soar como “renovação envelhecida”, mas, na prática, é uma sinalização de que há mais de uma mão operando na engenharia da futura disputa estadual. E talvez, como vice, Aridelmo tenha agora mais chances do que nunca.
Um senão
Pazolini é persona muito conhecida na Grande Vitória. No interior, ainda nem tanto. Um cabo eleitoral, inclusive como vice, para os demais municípios seria fundamental para essa batalha.