Por
Reafirmando, a cada resposta, sua parceria, lealdade e admiração por Euclério, vice-prefeita também garante seu apoio a Ricardo Ferraço para governador. Revela, ainda, o que mais está aprendendo com Euclério e compara as diferenças de estilo entre ela e o atual prefeito. Confira!
Em meados do ano passado, na temporada de definição das chapas nas eleições municipais, a escolha de três candidatos a vice-prefeito despertou especial interesse no Espírito Santo: a de Shymenne de Castro (PSB) com Euclério Sampaio (MDB), em Cariacica; a de Cris Samorini (PP) com Lorenzo Pazolini (Republicanos), em Vitória; e a de Cael Linhalis (PSB) com Arnaldinho Borgo (sem partido), em Vila Velha. Os três prefeitos em questão chegavam para a campanha à reeleição com tal favoritismo que, sabia-se de antemão, os respectivos companheiros de chapa tinham alta probabilidade de realmente se tornarem vice-prefeitos. Mas havia mais que isso em jogo.
Confirmando o amplo favoritismo, Euclério, Pazolini e Arnaldinho de fato se reelegeram. E, mesmo durante a campanha, já se sabia que os três, uma vez reeleitos, tinham grande chance de interromper o segundo mandato para disputar algum cargo estadual em 2026. Em outras palavras, antes mesmo da abertura das urnas em 2024, sabia-se que os respectivos candidatos a vice tinham grandes chances de virem a assumir o cargo de prefeito em menos de dois anos. A esta altura do campeonato, ninguém parece mais perto de concretizar a previsão que Shymenne de Castro, em Cariacica. Ela já está no aquecimento e garante, na entrevista a seguir: “Estou pronta para assumir”.
Pazolini deve ser candidato a governador, dando lugar a Cris Samorini? Deve. Arnaldinho pode ser candidato ao mesmo cargo, passando o bastão para Cael Linhalis? Pode. Mas Euclério Sampaio foi além e já declarou aqui: “Não tem mais volta. Vou renunciar em abril para ser candidato a senador”. Diante da resolução do prefeito, Shymenne já se prepara para entrar em campo, enquanto ouve atenta as últimas instruções do “professor” Euclério – como ela chega de fato a chamá-lo, no bate-bola abaixo.
Reafirmando, a cada resposta, sua parceria, lealdade, sintonia e admiração por Euclério, Shymenne também garante seu apoio a Ricardo Ferraço para governador. Revela, ainda, o que mais está aprendendo com Euclério e compara as diferenças de estilo entre ela e o atual prefeito. Confira!
A senhora está pronta e preparada para assumir a Prefeitura de Cariacica em abril?
Se o prefeito decidir ser candidato, estou pronta para assumir a cidade e continuar esse trabalho que ele vem desenvolvendo, colocando Cariacica no rumo e em destaque estadual e até nacional. Claro, é uma decisão do prefeito. Estarei com ele no que ele decidir. Se ele não sair para disputar o Senado, estou pronta para continuar trabalhando ao lado dele. Mas, se ele sair, estou pronta para assumir a Prefeitura de Cariacica, para continuar desenvolvendo esse trabalho que a gente vem desenvolvendo em Cariacica, sempre com o foco em melhorar a qualidade de vida das pessoas. Vou continuar o trabalho que desenvolvemos em muitas áreas, principalmente em infraestrutura e mobilidade urbana, para atrairmos emprego e renda, mas também todas as políticas públicas, na educação, na saúde e na assistência social.
A senhora defende que ele seja mesmo candidato a senador?
Estarei com o prefeito na decisão que ele tomar. No que ele decidir fazer, eu vou caminhar ao lado dele e vou continuar trabalhando em parceria com ele, pelo bem de Cariacica e da nossa população.
Mas a decisão, como ele mesmo já declarou, no que depende dele mesmo, já está tomada… E a senhora, inclusive, tem sido vista ao lado do prefeito em algumas atividades de cunho pré-eleitoral. Cito como exemplo um encontro recente em Cariacica Sede, com Euclério e Marcelo Santos. A senhora está na pré-campanha do prefeito ao Senado?
Estou participando com o prefeito. Caminho ao lado dele, no dia a dia da cidade, da gestão das obras. Tenho uma parceria muito boa com ele. Sempre estarei com ele tanto nas caminhadas do dia a dia da gestão como na caminhada política dele.
Desde agosto, temos observado Euclério mergulhado de cabeça na própria pré-campanha ao Senado. Ele tem mantido um ritmo intenso de atividades de caráter eleitoral, inclusive, às vezes, em dias úteis e horário comercial. Para ficar em um exemplo, no dia 1º, uma quarta-feira, ele foi a Cachoeiro de Itapemirim para participar de um almoço oferecido pelo prefeito Theodorico Ferraço em homenagem a ele e em apoio à sua pré-candidatura… Entre vocês dois, internamente, já está sendo praticada uma espécie de “transição informal”?
Eu e o prefeito temos sempre essa sintonia de trabalhar em parceria, de ele me delegar agendas administrativas, algumas ações de governo para eu acompanhar. Sempre estive à frente de projetos prioritários. Continuamos na mesma sintonia. E ele continua muito presente, mesmo estando nessa intensa agenda política. Ele vai, mas ele volta. Faz o político, mas sempre está com o foco aqui na cidade e também acompanha todas as ações. Desde que vim para a Secretaria de Governo, tenho essa sintonia com ele de estar sempre muito alinhada com ele e com as ações de governo. Mas, mesmo com ele na campanha, ele é muito presente no governo, na cidade, em todas as nossas decisões e em todas as nossas ações.
E ele também participa da tomada de decisões?
Com certeza. Ele é nosso líder. Em todas as tomadas de decisão, ele está sentado com a gente, definindo nossos caminhos, sempre com o foco nas pessoas, nas famílias, cuidando dos cidadãos, que são a nossa prioridade.
Mas a senhora tem assumido mais tarefas? Tem trabalhado mais?
Continuo trabalhando da mesma forma que sempre trabalhei. Sempre me dedico, sempre estou presente no dia a dia da cidade, nas agendas. Continuo com a mesma demanda. Não aumentou, porque o prefeito é muito presente também. Sempre dividimos agendas e seguimos fazendo isso.
Olhando de fora, vocês dois são pessoas obviamente muito diferentes e parecem também ter estilos muito diferentes, como gestores. A senhora tem uma carreira e um currículo eminentemente técnicos. Sempre ocupou cargos gerenciais, administrativos. Euclério, para resumir, é um animal político. Quais são as principais diferenças que a senhora destaca entre a senhora mesma e o prefeito?
A diferença é essa experiência mais política que o prefeito sempre teve. No dia a dia, ele está me ensinando muito a lidar com a política, porque de fato sempre atuei em cargos técnicos, de gestão, de planejamento e orçamento. Ele tem uma vivência muito política e eu tenho uma vivência muito técnica, então acho que casou perfeitamente. Ele está me ensinando muito, está sendo um grande professor para mim, e tenho aprendido muito com ele. Mas o prefeito é um grande líder e também tem um olhar de gestor. Gosta de ver as coisas acontecerem. Eu também tenho um pouco disso: gosto de dizer que “missão dada é missão cumprida”, tem que ser de fato entregue.
Ao assumir a prefeitura, a senhora terá de assumir também protagonismo nessa parte das costuras, das relações e articulações políticas, que pode ser considerada o ponto forte de Euclério. Ele tira isso de letra, mas a senhora nunca precisou conduzir pessoalmente essa “parte do trabalho”, até porque tem o próprio prefeito que se encarrega e cuida disso. A senhora tomou gosto pela política? Acha que dará conta dessa parte?
Com certeza. Tomei gosto e estou aprendendo. Acredito na boa política. Acredito que a política é feita de pontes, não de muros. Temos que trabalhar com diálogo, união e parcerias, para sempre fazermos o melhor para a cidade.
Quando a senhora assumir, qual é a marca que dará à sua gestão?
Acho que a marca da nossa gestão é trabalhar sempre com o foco em mudar a vida das pessoas, melhorar a qualidade de vida do cidadão, senão não faz sentido estar na política. Não é só fazer obras, pensar em números, estatísticas. É melhorar a vida das pessoas. Nós, que somos gestores públicos, temos que cuidar da cidade e das pessoas, para que as pessoas que vivem na cidade sintam orgulho em viver aqui. É preciso resgatar a autoestima da população de Cariacica e o sentimento de pertencimento à cidade. E isso nós temos conseguido com a gestão Euclério Sampaio.
E quanto à disputa para governador? A senhora, assim como Euclério, está comprometida com a eleição de Ricardo Ferraço?
Com certeza! Renato Casagrande e Ricardo são grandes parceiros de Cariacica. Vou estar no projeto de Ricardo e do prefeito, apoiando Ricardo para que a gente possa continuar essa parceria e colher ainda mais frutos para a população de Cariacica. Só temos gratidão por essa parceria de Renato Casagrande e Ricardo com a população de Cariacica e com a nossa gestão. São dois grandes parceiros da nossa gestão.
Até se filiar ao PSB, partido de Casagrande, em abril do ano passado, a senhor nunca havia tido filiação partidária. Filiou-se justamente para poder se candidatar a vice-prefeita, completando a chapa de Euclério à reeleição, a convite do prefeito. E entrou no PSB por designação direta do prefeito, por conta de um arranjo maior, dos acordos dele com Casagrande etc. Então, do seu ponto de vista, acredito que tenha sido algo meio aleatório: Euclério indicou “é o PSB”, e a senhora foi. Se ele houvesse apontado outro partido, teria sido esse outro partido. Dito isso, minha pergunta é: a senhora está identificada com o PSB? É um partido compatível com suas ideias?
Sim. Estou identificada com o partido, até porque acredito muito no equilíbrio, e temos um governador que é muito equilibrado nas decisões, que trabalha no cuidado com as pessoas. Estou no equilíbrio do partido. Atualmente, sou a vice-presidente do PSB em Cariacica.
E a senhora está participando da vida partidária do PSB?
Tenho participado de algumas coisas, não com tanta intensidade, porque a cidade demanda muito e gosto de estar em todas as atividades da prefeitura. Mas tenho participado, sim.
Após assumir a prefeitura, a senhora pode sair do PSB?
Não. Vou continuar no PSB. Assumindo como prefeita, continuo no partido.
Onde a senhora se posiciona no espectro político-ideológico? Como se define?
Eu me defino mais como centro, porque acho que precisamos ter equilíbrio. Acho que precisamos acreditar na boa política. Acredito que a política transforma vidas. Acredito na união e na construção de pontes. Falo que nada que é extremo é bom, nem para a direita, nem para a esquerda.
E 2028? Já está no seu radar? A senhora imagina uma reeleição?
Não. É muito cedo para falar sobre isso. Precisamos ter muita maturidade e responsabilidade para pensar em 2028.
