Por Eng. André Cerqueira, especialista em segurança e membro do Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito – MOVITRAN
A arma de fogo com seus altos índices de homicídios ficou atrás da forte escalada da arma do trânsito, o veículo, que vem se tornando uma máquina de destruição em massa, de sonhos e projetos de vida.
Com 973 mortes em rodovias federais, estaduais e vias municipais que cortam o Estado do ES, os esforços da sociedade e poderes públicos está muito aquém da Guerra do Trânsito. Não estamos conseguindo vencer essa Guerra! Infelizmente, essa é a verdade.
O que está ocorrendo?
O crescimento exponencial de motociclistas, motivados por fatores econômicos de baixo custo de aquisição e problemas de trânsito geraram o efeito de termos quase 700 mil motos e 498 mortes (51,2% do total).
A cada dia temos mais pedestres, a população aumenta, a verticalização dos imóveis criaram uma sobrecarga incompatível com o fluxo natural das rodovias. Como se os canos estivessem estourando com o excesso de pressão.
Mesmo com maior rigor das leis de trânsito e empenho da fiscalização, a banalização do trânsito por parte dos condutores caminha a passos largos a frente com todo os componentes da imprudência e negligência no trânsito.
O que fazer?
O assunto é complexo e não existe uma “bala de prata”. As soluções são de médio e longo prazo.
Mas, me arrisco a propor algumas soluções.
Projetos de mobilidade para fortalecer muito o transporte coletivo, a ponto de ser tão atrativo que as pessoas vão deixar seus carros em casa e não vão comprar motos;
Projetos avançados e ampliados de ciclovia e ciclofaixa, para tirarmos motos e carros da rua, a ponto das pessoas desejarem ir de bicicleta para o trabalho para os encontros, ganhando mais saúde
Ampliação das guardas municipais nas regiões metropolitanas
Ampliação da municipalização do trânsito em cidades do anterior, para poderes de trânsito
Maior rigor para crimes de trânsito. O crime jamais pode compensar e valer o risco
Infraestrutura melhor nas sinalização horizontal e vertical. Melhor iluminação.
Educação de trânsito nas escolas
Se não fizermos essas e outras ações daqui a pouco vai faltar espaço nos cemitérios. Vale destacar ainda que 3% do PIB Capixaba é utilizado com acidentes de trânsito, considerando que a maior parte das vítimas são jovens em sua melhor fase produtiva.