Às vésperas do segundo turno na Serra, um importantíssimo ator político observa e participa do jogo: o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), trabalha intensamente para que Weverson Meireles (PDT), ungido pelo prefeito Sergio Vidigal (PDT), seja o eleito neste próximo domingo (27).
O chefe do Executivo tem total ciência, para seus planos e de seus aliados, de que a manutenção do maior colégio eleitoral do Espírito Santo é fundamental para que seu time saia fortalecido, já visando 2026.
Caso as pesquisas de intenções de votos se concretizem do modo como se apresentam, Casagrande, ao fim de domingo, deverá manter prefeitos aliados na Serra, em Vila Velha (Arnaldinho Borgo/Podemos) e em Cariacica (Euclério Sampaio/MDB). Num cálculo rápido e geográfico, são presenças e palanques em três dos quatro maiores municípios da Grande Vitória. Além disso, conforme os levantamentos mais recentes, goza de prestígio na Capital, que é comandada por um rival dele, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
A presença, de fato, na maioria desses municípios mais relevantes da Grande Vitória confere o favoritismo para que socialista possa encampar sua tão especulada campanha para o Senado, em 2026, e pensar em opções, além do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), para a sucessão ao Palácio Anchieta.
Afinal, a tendência é sempre apostar em nomes vitoriosos, sendo assim poderiam aparecer tanto o de Arnaldinho quanto o de Vidigal, justamente pelo fato de este último, se tudo ocorrer da maneira que o pedetista deseja, obter a façanha de emplacar seu sucessor na Serra.
E esse fator de criar sucessor na Serra – tanto para Casagrande quanto para Vidigal – traz outro forte potencial: consolidar o candidato favorito como liderança. Weverson diz que deseja ter ambos como conselheiros. E ele, se conseguir impor seu ritmo, pode ter vida própria e ainda ajudar seus mentores nos trajetos de 2026.
Para Casagrande, ainda fica o recado para aliados e para alguns que desejam seguir voo solo de que será necessário dialogar, seja para continuidade ou para partida.
Já na hipótese de derrota na Serra, que se desenha menos provável de ocorrer, porém não impossível, o problema seria se deparar com o fortalecimento de um grupo mais ligado à direita e que ganharia outro forte bunker, além de Vitória, para organizar os flancos pela batalha do Palácio Anchieta.
O fim do segundo turno, neste próximo domingo (27), marca o início da campanha de 2026. E Casagrande tem plena noção disso.
Números
O PSB, de Casagrande, nas eleições deste ano conquistou 129 cadeiras nas câmaras de vereador, bem como 21 prefeituras (podem ser 22 se houver deferimento para Dorlei Fontão, em Presidente Kennedy) e mais 14 vice-prefeitos.
So far away…
Ao que tudo indica, o deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos) passará o segundo turno sem maiores apoios ao colega Pablo Muribeca (Republicanos) na campanha da Serra.
Fator Cris
O parlamentar do chapéu agradeceu bastante o apoio da vice-prefeita eleita de Vitória, Cris Samorini (Progressistas). Frisou que a “união de forças é fundamental para construir uma Serra mais forte”.