Por Poder / ES Hoje / Foto: Divulgação
Onze prefeitos eleitos, além de 12 vice-prefeitos e mais 125 vereadores a partir do ano que vem. O saldo volumoso do Podemos, que saiu fortalecido das eleições de 2024, contrasta com uma divisão “invisível” que cada vez mais fica visível.
Trata-se de um cisma silencioso e que tende a ficar mais evidente entre o presidente estadual da legenda, deputado federal Gilson Daniel (Podemos), e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos).
Na próxima quinta-feira (28), o partido realiza, em Viana, encontro com as executivas municipais e os vereadores eleitos. Nas peças institucionais em nenhum momento há a imagem de Arnaldinho. Contudo, estão lá, além de Gilson, o prefeito eleito de Linhares, deputado estadual Lucas Scaramussa, os deputados estaduais Allan Ferreira e Alexandre Xambinho, bem como o deputado federal Dr. Victor Linhalis, unha e carne com Arnaldinho.
Nos bastidores, comenta-se que é até “estranho” não haver o devido destaque para justamente o integrante do partido que conquistou a maior das prefeituras dentre as 11. Porém, a estranheza é deixada de lado quando se tem noção de que as relações entre ambos está fria há algum tempo.
Ao longo do preparo do processo eleitoral, muito se foi especulado sobre uma possível migração de Arnaldinho para o Progressistas, o que acabou não ocorrendo por ene fatores, até mesmo por um pedido do Palácio Anchieta, ao qual o prefeito tem gratidão e excelente relacionamento com o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB).
O ponto crucial de toda essa história é que Arnaldinho e Gilson possuem ambições fortes e que talvez se tornem até conflitantes. O vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), é tratado como o virtual candidato apoiado pelo governo à sucessão do Executivo capixaba, mas se “o cavalo passar selado”, tanto o prefeito canela-verde quanto o parlamentar são tratados como bons nomes.
Além disso, há a noção no meio político de que a sigla ficou pequena para abrigar dois grandes caciques. Inevitavelmente, uma hora ou outra, Arnaldinho terá de fazer uma escolha, até mesmo para que consiga manter em dia suas aspirações de ascensão no mundo eleitoral. E, para isso, precisa ter o devido domínio de partido, o que acaba não tendo sob a gerência de Gilson.
Mais do nunca, será preciso observar os passos de Gilson e de Arnaldinho, já visando 2026. E para quais caminhos cada um irá.