Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
Falta menos de um ano para a eleição que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos. E as tratativas seguem a todo vapor. Acompanhem os principais fatos e análises da semana.
PH I
O ex-governador Paulo Hartung (PSD), em recente entrevista ao quadro EntreVistas, publicada em duas partes por ES Hoje, mostrou que está em compasso de espera para 2026 — e que o PSD, seu partido, trabalha nos bastidores para ganhar tempo e musculatura até o próximo pleito. Na conversa, Hartung também fez questão de transferir a “responsabilidade” pela ruptura com o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), para o outro lado. Falando diretamente de São Paulo, PH ressaltou que o PSD, tanto em nível nacional quanto estadual, terá papel relevante nas articulações políticas, ainda que não necessariamente como protagonista neste momento. Lembrou também que o partido se posiciona no centro do espectro político, o que amplia o leque de possibilidades de alianças.
PH II
Essa postura reforça a hipótese de uma aproximação do PSD com a possível candidatura do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), ao governo do Estado, que é muito elogiado publicamente pelo ex-governador. Ao mesmo tempo, o grupo do governador Renato Casagrande (PSB) mantém conversas intensas com o prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos, presidente estadual do PSD, na tentativa de trazê-lo para o campo governista — o mesmo que deverá apoiar Ricardo Ferraço como candidato ao governo, com o aval de Casagrande. Claro que também há outras possibilidades de candidaturas, como a do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), que tem portas abertas na federação União Progressista.
PH III
Com seu estilo habitual, Hartung preferiu não se antecipar: “Não vou me precipitar no movimento de 2026”, disse, com bom humor.
PH IV
Ele também destacou manter boas relações com o deputado estadual Sérgio Meneguelli (Republicanos), lembrando que, quando governador, articulou a filiação de Meneguelli ao MDB. “Serginho já conversou com (Gilberto) Kassab (presidente nacional do PSD). É muito bem-vindo e é um quadro importante”, afirmou. Mesmo assim, PH reiterou que a “montagem de chapa é assunto para depois”, evitando alimentar especulações sobre uma eventual candidatura de Meneguelli ao Senado. Fica evidente, assim, que ainda há muitos nós a serem desatados nas articulações para chapas de governo e de Senado.
PH V
Questionado sobre a “ruptura” com Ricardo Ferraço — que foi seu vice entre 2007 e 2011 —, Hartung se esquivou. “Tem que fazer essa pergunta aos outros. Estou a 900 km do Espírito Santo”, respondeu, referindo-se à entrevista concedida on-line de seu escritório em São Paulo, na Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), entidade que preside. Ainda assim, deixou no ar uma frase carregada de significado: “Brigar comigo é sempre muito difícil. Não sou brigão. Gosto de criar soluções para os problemas”. Recado dado e transmitido.
PH VI
O ex-governador observa o tabuleiro à distância, mas com atenção aos movimentos. De longe, continua a exercer influência e a medir o momento certo de agir. Afinal, em política, o tempo é tudo: e Paulo Hartung é um daqueles que joga com o timing.