O jogo de 2026, via Palácio Anchieta, começou oficialmente nesta quarta-feira (9). Começou a tramitar a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem. E o valor é polpudo.
A previsão do Poder Executivo é de uma receita total de R$ 30,7 bilhões, um valor R$ 4,4 bilhões maior do que o estimado para este ano. Já a despesa total está prevista em R$ 32,7 bilhões, quase R$ 5,5 bilhões maior que a vigente.
Os demais poderes, como o Legislativo, e instituições, como o Ministério Público Estadual, têm até o início de setembro para enviarem suas previsões de Orçamento ao Executivo.
Considerando o tamanho das receitas – e das despesas -, percebe-se que a gestão do governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), está altamente atenta a reforçar seu grupo. Isso pode ser verificado pelas despesas primárias de capital, que são aquelas voltadas para gastos com a construção e manutenção de infraestrutura pública, como edifícios, estradas, escolas e hospitais.
Para 2026, já estão previstos R$ 6,42 bilhões, mantendo a tônica do discurso casagrandista de colocar 20% do Orçamento para ações estruturantes.
Assim sendo, Casagrande e seus aliados colocam para jogo todas as condições para que o grupo continue dando as cartas no Espírito Santo. A priori, o plano é o socialista renunciar em abril – para que possa disputar o Senado – e, então, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), ficaria como chefe do Executivo e candidato do time ao Palácio Anchieta.
Claro que há outras forças da tropa palaciana que desejam esse posto, como o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), e o coordenador da bancada federal capixaba, deputado federal Da Vitória (Progressistas), que ainda lidera a federação formada por Progressistas e União Brasil.
Mas Casagrande costuma dizer que há “previsibilidades” em suas ações. E o que se vê como tendência, até o momento, é que Ricardo siga como Plano A para a disputa governamental. E as condições estão dadas, especialmente com a quantidade de recursos.
O que pode vir de críticas, especialmente do polo do ex-governador do Estado Paulo Hartung (PSD), que é economista, e do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que busca cacifar sua candidatura, é o aumento das despesas, que estão maiores do que a receita, conforme mostra a proposta da LDO.
Os próximos dias e meses, com a definição do Orçamento do ano que vem, serão bastante animados. De um lado, exaltação de aliados a um governo que investe em infraestrutura e que pensa no social; do outro, possíveis críticas a supostos gastos desenfreados, rememorando até o que ocorreu em 2014. Dinheiro na mão é oportunidade, mas também objeto de discórdia. A ver.