Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
Num ambiente tão antecipado sobre a corrida eleitoral no Espírito Santo, um dos pontos que chama a atenção é o retorno da vida política do ex-governador Paulo Hartung (a caminho do PSD). Sinais obtusos, #tbts de participações em campanhas e frases ao estilo do gestor têm aparecido com constância nos últimos tempos.
Se filiar ao PSD é demonstrar interesse novamente em um pleito, o que não aconteceu devidamente em 2018 e nem em 2022. O xis da questão é: o que ele vai querer e como poderá mexer neste tabuleiro de diversos atores?
Imaginemos o cenário para a disputa do Palácio Anchieta. Se as condições normais de temperatura e pressão se mantiverem, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), vai ser o candidato do grupo do governador do Estado, Renato Casagrande (PSB). Caso não haja nenhum cisma com figuras como Euclério Sampaio (MDB) e Arnaldinho Borgo (sem partido), há, na teoria, uma frente ampla com Ricardo.
Do outro lado, quem se assanha para o embate é o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), mas será que ele virá mesmo? Será que, no frigir dos ovos de abril do ano que vem, todas as condições estarão do jeito que ele pensa para essa intensa disputa? Se não houver candidato de uma frente mais de centro direita para enfrentar Ricardo, quem poderia ser essa pessoa? Talvez PH? Pode ser.
Interessante notar que de todos aqueles cotados para o pleito, o ex-governador é o único que não disse nada mais contundente e nem fez movimentações mais ousadas. Apenas #tbts aqui e acolá nas suas redes, como quem diz “estou aqui, hein?”.
Usando do artifício da música, do verso “tudo pode acontecer, inclusive nada”, talvez o ex-governador esteja mais interessado no ambiente nacional e de oportunidades que possam surgir para o enfrentamento do grupo de centro direita contra a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O fato é que só a presença de PH num partido político já embaralha o jogo simplesmente pelo fato do recall dele. E porque é sabido o modus operandi dele de atuação. As concorrências (e até mesmo aliados) precisam observar bem o que está sendo feito. Se o ex-governador e seus mais fiéis seguidores perceberem que há algum tipo de chance, o bote poderá vir.
Pontos fracos
Há como barreiras grandes para PH o fato de ele estar distante da política capixaba há algum tempo. Sendo assim, quem seria o grupo dele? Além disso, como seria o seu trabalho de convencimento, especialmente na tônica de ajustes fiscais – quando houve reclamação de salários sem maiores reajustes – e da greve da PM? São questões que precisam ser mensuradas, porque serão lembradas por seus adversários, em eventual disputa.
Pensamento nacional
Há quem diga que a chegada dele ao PSD esteja alinhada com pensamentos nacionais do presidente da sigla, Gilberto Kassab.