Por Rodrigo Araujo / ES BRASIL / Foto: Divulgação
Além de pioneira na política capixaba, ela atuou como professora e sindicalista. Governador Renato Casagrande decretou três dias de luto oficial no Estado
Morreu nesta sexta-feira (12), aos 86 anos, Myrthes Bevilacqua Corradi, primeira mulher eleita deputada federal pelo Espírito Santo. Além de pioneira na política capixaba, Myrthes era professora, destacando-se como referência no magistério capixaba, e sindicalista. A causa da morte da ex-deputada não foi divulgada.
O governador Renato Casagrande decretou luto oficial de três dias no Estado por causa da morte de Myrthes Bevilacqua. Em sua conta no X (antigo Twitter), Casagrande lamentou o falecimento da ex-deputada e destacou sua atuação na educação e justiça social.
“Recebo com profundo pesar a notícia do falecimento de Myrthes Bevilacqua, primeira mulher eleita deputada federal pelo Espírito Santo e exemplo de dedicação à educação e à justiça social”, escreveu o governador.
Outras importantes figuras da política capixaba também se manifestaram sobre a morte de Myrthes Bevilacqua. O ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende a definiu como uma “mulher à frente do seu tempo”, destacando o fato de ela ter sido a primeira mulher a chegar à Câmara Federal — onde atuou de 1983 a 1987 — para representar o Espírito Santo.
O ex-vice-prefeito e ex-vereador de Vitória Waguinho Ito também lamentou o falecimento de Myrthes, mencionando o fato de ter trabalhado ao lado dela na Prefeitura de Vitória. “Me passou muito da sua experiência. Atenciosa, inteligente e um coração enorme”.
Já a vereadora de Vila Velha Patricia Crizanto classificou a ex-deputada como um “símbolo de coragem e representatividade”. “Sua trajetória foi um marco na luta por mais mulheres na política. Que seu exemplo continue a inspirar”, escreveu a vereadora.
Trajetória
Myrthes Bevilacqua nasceu em Vitória, no dia 3 de fevereiro de 1939, filha mais velha de cinco irmãos. Formada em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ela não chegou a exercer a advocacia. Iniciou sua carreira como professora particular para depois ingressar na rede pública de ensino do Estado.
Aos 18 anos, começou a atuar na Secretaria Estadual de Educação e Cultura e, mais tarde, foi assessora do gabinete da pasta. Ao longo de sua trajetória, também integrou a União Democrática Nacional (UDN) feminina e assembleias estudantis, além da União dos Professores Primários do Espírito Santo (Uppes).
Chegou ao Congresso Nacional após ser eleita deputada federal pelo PMDB, em 1982, onde chegou a atuar como vice-presidente de comissões e confederações voltadas ao serviço público, educação e trabalho.