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MDB pode ter candidato ao Governo do ES e ao Senado, diz o Ricardo dirigente

MDB pode ter candidato ao Governo do ES e ao Senado, diz o Ricardo dirigente

Por Vitor Vogas / ES 360 / Foto-legenda: Ricardo Ferraço exibe ficha de filiação ao MDB que acabara de assinar (16/10/2023) / Crédito: Wilson Roberto

A primeira seria a dele mesmo; a segunda poderia ser a do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, ou a da ex-senadora Rose de Freitas, ambos também filiados ao MDB. Leia aqui a nossa análise.

É pouco comum em se tratando de uma grande coalizão partidária, mas há precedentes. Falando como presidente estadual do MDB, o vice-governador Ricardo Ferraço não descarta a hipótese de o partido de centro ter duas candidaturas majoritárias nas próximas eleições estaduais, dentro da mesma coligação: uma ao Governo do Estado e uma ao Senado. A primeira seria a dele mesmo; a segunda poderia ser a do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, ou a da ex-senadora Rose de Freitas, ambos também filiados ao MDB.

Ricardo é pré-candidato declarado a governador desde janeiro deste ano. Euclério lançou-se ao Senado em agosto e, desde então, tem se dedicado a intensas movimentações pré-eleitorais, reunindo apoios junto a igrejas, associações de policiais e outros agentes políticos, como os prefeitos de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSB), e de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (PP). Já Rose de Freitas declarou na última quinta-feira (30) – no Palácio Anchieta, a poucos metros de Ricardo – que também não abre mão de ser candidata ao Senado. Está tão determinada quanto Euclério.

Ricardo já declarou que só será candidato a governador pelo MDB. Rose também está decidida a concorrer ao Senado pelo partido. Euclério, ao contrário, não tem todo esse “apego”, ou fidelidade partidária: já disse que, de qualquer maneira, apoiará Ricardo ao governo e Renato Casagrande (PSB) ao Senado, mas que, para ser candidato a senador, está disposto a mudar de partido se isso for necessário, indo para outra sigla da base aliada do governo.

“Temos dois pré-candidatos ao Senado: a senadora Rose e o prefeito Euclério Sampaio. Eu espero que o tempo possa nos ajudar nessa coordenação e nessa definição”, tangenciou Ricardo.

Perguntamos a ele, então, se ele defende que o MDB também tenha candidato ao Senado, considerando que ele próprio pretende concorrer ao Palácio Anchieta. Ele respondeu assim:

“Isso já aconteceu em outros momentos da política do Espírito Santo e em outros estados. Não é incomum você ter candidato a governador e candidato a senador do mesmo partido. Na coligação, você tem duas vagas para o Senado e uma vaga para o Governo do Estado. Pode acontecer de nós [do MDB] termos uma candidatura a governador e uma candidatura a senador? Pode. Pode acontecer de nós construirmos uma engenharia para ampliar a nossa política de alianças? Em lugar de ter um candidato a governador e um candidato a senador, só termos um candidato a governador? Pode.”

De fato existem precedentes, inclusive na política capixaba, e um deles, não tão distante no tempo, vem do próprio MDB (então ainda chamado de PMDB). Em 2014, Paulo Hartung candidatou-se e voltou ao Palácio Anchieta, pelo PMDB, tendo na chapa a então deputada federal Rose de Freitas, que concorreu e chegou ao Senado pelo mesmo partido.

Entretanto, se é verdade que isso não chega a ser uma raridade, tampouco chega a ser algo comum, principalmente quando se trata de uma coligação majoritária a ser montada por um governo que tem ampla base partidária; uma coligação que, portanto, tende a ser formada por muitos partidos. É o caso concreto.

Fechados em âmbito local com o projeto eleitoral de Casagrande e Ricardo já estão, por exemplo, além do próprio MDB: o PSB, o PDT, o Podemos e o PSDB. E o governo trabalha para garantir a presença da Federação União Progressista, formada pelo PP com o União Brasil, partido que também pertencem à base.

Tecnicamente é possível, mas, do ponto de vista político, é improvável que o MDB ocupe duas das três candidaturas majoritárias na mesma chapa (sem contar a de vice-governador). Mais provável que o segundo posto de candidato/a ao Senado (o primeiro é de Casagrande) seja usado pelo Palácio Anchieta para atrair e prestigiar outro partido na coligação.

Por enquanto, Ricardo se vale do tempo: “A política tem um tempo próprio, tem um calendário próprio, e acredito que, no tempo, essas coisas vão se encaminhar para uma solução. Eu só acho que, na política, não há como você produzir soluções antes da hora. Sempre que você produz uma solução antes da hora, essa solução equivale a você enxugar gelo, a você cercar vento”.

As definições oficiais sobre candidaturas e coligações majoritárias serão tomadas entre julho e agosto do ano que vem, no período oficial de convenções partidárias. Antes disso, há outro prazo decisivo determinado pela legislação eleitoral brasileira: até 4 de abril, seis meses antes do 1º turno, todos que querem ser candidatos deverão estar filiados aos partidos pelos quais disputarão o pleito; até a mesma data, chefes do Executivo que postularão mandato diferente deverão renunciar.

Vai daí que Casagrande, por exemplo, se for mesmo candidato a senador, deverá passar o governo para Ricardo até a referida data; para ser candidato a senador, Euclério deverá renunciar à Prefeitura de Cariacica… e por aí vai.

Chapa à Câmara Federal

Nas eleições gerais passadas, em 2022, sob a presidência de Rose de Freitas, o MDB foi muito mal: não elegeu nenhum deputado estadual e nem sequer conseguiu registrar chapa de candidatos a deputado federal. Com grande ajuda de Casagrande e da(s) máquina(s) partidárias que o governador controla no Espírito Santo (muito além do seu PSB), Ricardo tem o desafio de construir uma chapa minimamente competitiva para o MDB dessa vez.

“É uma necessidade”, admite ele. “Todos os partidos estão se organizando para isso. E o MDB também vai se organizar, no tempo certo.”

Perguntamos se a própria Rose de Freitas, em vez de candidata ao Senado, não poderia compor a chapa do MDB à Câmara dos Deputados – hoje inexistente e de fato carente de reforços. “A senadora Rose está se colocando na condição de candidata ao Senado”, respondeu Ricardo, respeitando a posição da ex-senadora.

Almoço com Baleia marcado; convenção, não

Na próxima segunda-feira (3), o vice-governador jantará com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, em São Paulo, para, segundo ele, “se atualizar sobre a conjuntura”.

Após uma longa disputa, entre Rose e o ex-deputado Lelo Coimbra, que jogou o MDB capixaba num impasse, Ricardo voltou ao partido “por cima”, em outubro de 2023: para resolver o imbróglio local, Baleia instituiu uma Comissão Executiva Provisória e nomeou Ricardo presidente do partido no Espírito Santo. Casagrande, é óbvio, participou da articulação nos bastidores.

Por se tratar de um órgão provisório, conforme o Estatuto do MDB, a Executiva só vale por três meses. Mas, desde então, a cada 90 dias, o presidente nacional renova por igual período a vigência do órgão e a presidência de Ricardo – que, assim, já vai ficando por dois anos. Esse é o combinado entre eles nos bastidores, desde a volta de Ricardo à legenda.

Mesmo assim, perguntamos a ele se não está no horizonte a realização de uma convenção estadual, para eleição e constituição de um Diretório Estadual e de uma Executiva Estadual definitiva. “É uma hipótese”, admite Ricardo. Segundo ele, porém, não há nada marcado nem previsto.

MDB pode ter candidato ao Governo do ES e ao Senado, diz o Ricardo dirigente

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