Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
Incertezas nos cenários nacional e estaduais, inclusive no Espírito Santo, cercam a federação União Progressista, formada pelos partidos União Brasil e Progressistas.
Nos bastidores de Brasília, comenta-se que uma reunião entre os principais dirigentes das duas legendas poderá definir o futuro do acordo que transformou a federação no maior agrupamento político do País — ou, eventualmente, colocá-lo em risco. No vaivém das conversas, há até quem cite uma possível interferência do presidente Lula (PT).
O ponto central é: se o acordo ruir, como ficará o panorama político capixaba? O presidente da federação no Estado, deputado federal Da Vitória (Progressistas), e o líder do União Brasil, presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, mantêm uma boa relação há bastante tempo.
Apesar disso, ambos ainda tergiversam sobre os apoios nas eleições estaduais. Enquanto Marcelo demonstra abertamente seu alinhamento ao movimento do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) ao Palácio Anchieta, Da Vitória adota uma postura mais cautelosa, aguardando melhores condições para seu grupo.
Caso a federação se desfaça, Marcelo Santos ficará livre para colocar o bloco na rua e oficializar de vez o apoio do União Brasil à chapa de Ricardo Ferraço, que é abençoada pelo governador Renato Casagrande (PSB). Contudo, essa escolha pode ter um custo: a composição da chapa para a Câmara dos Deputados.
Há indicações de que o Progressistas esteja mais adiantado na formatação de seu projeto de candidaturas do que o União Brasil, o que poderia representar um obstáculo para Marcelo, caso ele mantenha planos de disputar uma vaga de deputado federal. Não se descarta, inclusive, a hipótese de que ele ambicione compor como vice em uma chapa ao governo estadual.
O cenário ideal, especialmente sob a ótica do poder e da influência política, seria a manutenção da federação, o que fortaleceria as negociações em torno das candidaturas majoritárias.
Entretanto, considerando o quadro atual, uma eventual ruptura parece tender a prejudicar mais Marcelo Santos do que Da Vitória.
Cenas dos próximos capítulos, e de muita articulação política, ainda estão por vir.