Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), começa a alinhar seu discurso com o Progressistas, sinalizando um possível acordo de filiação. Nesta terça-feira (30), em Brasília, esse movimento ganhou força após uma declaração conjunta envolvendo o próprio Arnaldinho, o deputado federal Da Vitória — que comanda a federação União Progressista no Espírito Santo —, o deputado federal Dr. Victor Linhalis (Podemos) e o presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI).
Em publicação nas redes sociais, Arnaldinho afirmou: “Com diálogo, união e responsabilidade, seguimos construindo um projeto para o futuro do Espírito Santo. Em Brasília, estive com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, que me convidou para me filiar ao partido. Esse é mais um passo importante nessa caminhada coletiva com o federal Da Vitória, o deputado estadual Marcelo Santos e o nosso deputado Dr. Victor Linhalis. Juntos, vamos preservar o legado dos bons governos e preparar o Espírito Santo para novos avanços. Um Estado cada vez melhor para todos os capixabas!”
Apesar do tom de otimismo, a mensagem ainda deixa margem para dúvidas. Arnaldinho não confirma a filiação, mas reconhece que a entrada na federação União Progressista — que reúne União Brasil e Progressistas — é uma possibilidade em aberto.
O prefeito também deixa claro que não está sozinho nesse movimento. Ao citar Da Vitória, Marcelo Santos e seu aliado próximo, Dr. Victor Linhalis, envia um recado político: há um grupo coeso em torno dele. Essa sinalização tem destinatários evidentes — o governador Renato Casagrande (PSB) e o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), nome favorito do Palácio Anchieta para a disputa em 2026. Com isso, Arnaldinho pressiona por espaço nas articulações em torno da unidade do campo casagrandista.
A eventual filiação ao Progressistas, no entanto, ainda depende de vários fatores. O mais importante é saber se Arnaldinho terá legenda para disputar o governo do Estado. Da Vitória já expressou, em diversas ocasiões, o desejo de construir uma aliança com Casagrande mirando 2026 — e quer protagonismo nisso. Ele mesmo não descarta uma candidatura majoritária, como ao Senado.
Há, ainda, a possível chegada do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), ao União Brasil. Isso pode embaralhar o jogo: Euclério pretende disputar o Senado e condiciona seu apoio a Ricardo Ferraço à garantia de espaço na chapa majoritária. Nesse cenário, a entrada de Arnaldinho na federação ficaria mais difícil.
Tudo dependerá do projeto político de Da Vitória para 2026. O deputado mantém bom trânsito com o Palácio Anchieta e também com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) — provável adversário do grupo de Casagrande na próxima eleição. Da Vitória, por ora, observa. Ganha tempo. Quer entender qual cenário oferece mais vantagens para ele e seus aliados — e onde as amarras políticas devem ser firmadas.
Arnaldinho demonstra disposição para entrar na disputa. Mas quem tem as cartas na mão é Da Vitória. Resta saber qual será sua jogada.
