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Arcebispo de Vitória sai em defesa de padre contra ataques de deputado

Arcebispo de Vitória sai em defesa de padre contra ataques de deputado

Por Vitor Vogas /  ES 360 / Foto-destaque: Dom Ângelo Mezzari é o arcebispo de Vitória / Crédito: Divulgação

Na linha de que os ataques ao vigário episcopal são ataques à própria Igreja, Dom Ângelo fala até em sanções nas esferas civil e criminal, além daquelas aplicáveis pela própria instituição católica, para “aqueles que ultrajam a Igreja e seus ministros”

O arcebispo de Vitória, Dom Ângelo Mezzari, divulgou nesta segunda-feira (10) uma Nota Oficial em defesa do padre Kelder José Brandão Figueira, coordenador-geral do Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória. Como explicitado no texto, a autoridade máxima da Igreja Católica no Espírito Santo publicou a nota em uma enérgica reação a ataques crescentes, em frequência e intensidade, que o padre tem sofrido de alguns “agentes que ocupam cargos públicos” (leia-se deputados), da tribuna da Assembleia Legislativa e em redes sociais.

No documento público, Dom Ângelo não cita nenhum nome, mas é plausível a leitura de que ele tomou a atitude principalmente em razão das investidas do deputado Lucas Polese (PL). Recentemente, o parlamentar chegou a lançar um abaixo-assinado em suas redes sociais contra o padre Kelder Brandão na internet, conclamando seus seguidores a assiná-lo e dizendo que enviaria a petição ao Vaticano acompanhando uma denúncia à Santa Sé contra o que chama de “militância anticatólica” do padre Kelder no Espírito Santo. Polese é católico.

Em um post do dia 20 de outubro, o deputado do PL afirma que “o Evangelho e a integridade doutrinária da Igreja vêm sendo frontalmente atacados por Kelder”; que o sacerdote “ataca a fé cristã e as Escrituras Sagradas em cima do altar da Igreja”; que “há anos substituiu o sacerdócio pela militância e a homilia da missa pelo comício político-partidário”; e que é “um sacerdote que cospe na hierarquia da Igreja e nas posições do Vaticano”.

O arcebispo de Vitória reagiu com vigor.

“Publicações em redes sociais – inclusive oriundas de agentes que ocupam cargos públicos – têm deturpado a verdade, difamado pessoas de reconhecida idoneidade e buscado deslegitimar o trabalho da dimensão social e política da Igreja. Tais condutas não apenas atentam contra a honra e a dignidade dos agentes pastorais, mas também ferem gravemente a própria missão evangelizadora da Igreja Católica”, afirma o arcebispo.

O chefe da Igreja Católica no Espírito Santo fala até em sanções aplicáveis pela própria Igreja, além daquelas cabíveis na Justiça comum (nas esferas civil e criminal), para “aqueles que ultrajam a Igreja e seus ministros”:

“A Arquidiocese de Vitória manifesta irrestrito apoio a este organismo [o Vicariato] e a todos os que nele servem, reafirmando que ataques injustos a este trabalho transcendem a esfera das opiniões pessoais: configuram afronta direta à missão evangelizadora da Igreja. Recorda-se, ademais, que a tradição canônica prevê sanções para aqueles que ultrajam a Igreja e seus ministros, sem prejuízo das responsabilidades civis e criminais cabíveis”.

A nota é intitulada “Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica: um sinal de esperança”. Já nas primeiras linhas, Dom Ângelo sublinha a “imprescindível importância” do Vicariato.

“A Arquidiocese de Vitória, por intermédio de seu Arcebispo Metropolitano, vem a público reafirmar, com serena firmeza e elevado senso de responsabilidade pastoral, a imprescindível importância do Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica. Este organismo eclesial tem como missão ser sinal visível da presença materna da Igreja junto às minorias sociais, aos pobres, aos excluídos e a todos que se encontram em situação de vulnerabilidade, nas periferias geográficas e existenciais de nossa realidade.”

O arcebispo relata que, “nos últimos meses, entretanto, multiplicaram-se ataques infundados e manifestações verbais ofensivas contra este organismo da Arquidiocese de Vitória (ES) e contra seu coordenador-geral, o Vigário Episcopal, padre Kelder José Brandão Figueira, que representam esta mesma Arquidiocese”.

Segundo Dom Ângelo, o Vicariato não se pauta por ideologias partidárias, nem se submete a interesses políticos circunstanciais. “O que inspira cada ação é a fé que proclama a igualdade essencial de todo o gênero humano, a fraternidade universal, a dignidade inviolável da vida – humana e não humana – e a opção preferencial pelos pobres e excluídos. Não há, portanto, qualquer desvio de conduta da Igreja, mas sim sua mais fiel expressão: servir a todos, sem discriminações, como filhos e filhas de Deus.”

Arcebispo de Vitória sai em defesa de padre contra ataques de deputado

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