Notícias

Weverson se posiciona sobre as eleições para Governo do ES e Senado

Por Vitor Vogas / ES 360 / Foto: Divulgação

Prefeito da Serra comenta, ainda, a denúncia de corrupção apresentada pelo MPES contra dois ex-vereadores e quatro vereadores da Serra

Diferentemente dos seus pares na Grande Vitória, mergulhados de corpo e alma na pré-campanha, o prefeito da Serra, Weverson Meireles (PDT), tem mantido postura discreta e silente com relação ao processo eleitoral de 2026. Nesta entrevista, o silêncio e a discrição dão lugar a declarações assertivas. Pela primeira vez, o aliado e sucessor de Sérgio Vidigal (PDT) vocaliza seu apoio ao vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) para ser o próximo governador do Espírito Santo, de uma maneira que não admite dúvidas. “Temos a certeza de que a continuidade desse projeto exitoso é o Ricardo Ferraço.”

Recebendo a coluna em seu gabinete na Prefeitura da Serra na última quarta-feira (10), Weverson também comenta as pretensões eleitorais do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), firma seu apoio ao governador Renato Casagrande (PSB) para o Senado e enaltece Vidigal como alguém com totais condições de também se candidatar a senador dentro da chapa governista, capitaneada por Casagrande. O próprio ex-prefeito, porém, não tem demonstrado interesse nessa disputa. Tanto que, em agosto, encontrou-se com Paulo Hartung (MDB) e incentivou o ex-governador a concorrer ao Senado. Weverson pensa como o mentor? Ele responde abaixo.

O prefeito comenta, ainda, a denúncia de corrupção apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPES) contra dois ex-vereadores e quatro vereadores da Serra, todos da sua base, e revela qual foi a providência que tomou a respeito.

Entre os prefeitos das maiores cidades da Grande Vitória, o senhor é, disparadamente, o mais discreto e distante em relação ao processo eleitoral de 2026. Pazolini e Arnaldinho são pré-candidatos a governador e estão em plena pré-campanha. Euclério é um dos principais apoiadores de Ricardo Ferraço para governador e agora é também pré-candidato ao Senado. O senhor, evidentemente, não será candidato a nada. Mas como é que o senhor se posiciona na eleição ao Governo do Estado? Como vice-presidente estadual do PDT, partido da base do governo Casagrande, e prefeito aliado, eleito com apoio do governador no ano passado, o senhor vai apoiar o candidato a governador que tiver o selo do Palácio Anchieta?

Eu não diria que estou distante do processo eleitoral. Mas, de fato, nós estamos com foco total na cidade da Serra. Neste momento, o nosso foco é entregar com qualidade tudo aquilo que nós estamos nos propondo entregar para a Serra. O ano de 2025 tem sido extremamente desafiador, então o nosso foco tem sido de fato aperfeiçoar cada vez mais as entregas de serviços públicos, das intervenções que temos feito na cidade, de mobilidade urbana, de uma cidade cada vez mais planejada e organizada. Mas o fato é que todo mundo também espera a discussão sobre o processo eleitoral. E, no processo eleitoral, de maneira muito responsável, nós temos reafirmado que estamos no projeto capitaneado pelo governador Renato Casagrande. Vidigal, até pouco tempo, estava secretário de Estado [de Planejamento] ao lado do governador. Agora, de maneira muito organizada, ele conseguiu realizar o sonho dele, que é voltar a ser médico. O PDT é muito coeso e, se você vir na história do partido, nós sempre conduzimos os assuntos de maneira muito responsável, planejada e organizada. E é exatamente assim que nós estamos tocando esse processo.

Então, se Ricardo Ferraço for o candidato a governador desse grupo liderado por Casagrande, ele terá o seu apoio pessoal? Aliás, é correto dizer que ele já tem o seu apoio?

Sem dúvida alguma. Eu vou corrigir: não é “sem dúvida alguma”, é com toda a certeza. É por isso que, para a gente, não tem essa discussão do “se”, e se isso acontecer, e se aquilo acontecer… O PDT sempre foi muito transparente em suas posições.

Então, assim como Sérgio Vidigal, o senhor já está apoiando a pré-candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço ao Governo do Estado em 2026?

Sem dúvida. Com toda a certeza.

E no entanto o senhor está mantendo, vou repetir a minha expressão, essa postura mais discreta, no sentido de não estar participando de atos de pré-campanha, como já têm feito outros aliados de Ricardo, inclusive prefeitos aliados. O senhor pretende fazer isso, entrar de cabeça na pré-campanha de Ricardo?

Sem dúvida alguma. Faremos movimentos na cidade, estaremos dialogando com a população, mas dialogando em que sentido? Destacando as entregas que nós temos feito para a Serra, a importância do Governo do Estado e a importância de se dar continuidade a esse projeto. Agora é um momento de muita responsabilidade com a Serra e com o estado do Espírito Santo. Foi exatamente dessa maneira que nós conversamos com a Serra e saímos de 0,7% das intenções de voto para chegar à prefeitura, porque nós tivemos responsabilidade nesse diálogo. E o diálogo que nós vamos fazer com a cidade agora também é um diálogo de responsabilidade, não é só um diálogo eleitoral. Você diz que eu tenho tocado de maneira muito discreta… é porque estou focado na gestão da cidade. E com esse mesmo foco que nós estamos, neste momento, de maneira prioritária, tocando a entrega de qualidade para a cidade, nós vamos continuar tocando também o processo de pré-campanha do Ricardo.

A partir de quando o senhor deve começar a participar de atos da pré-campanha do Ricardo? Vai deixar para fazer isso lá na frente, no período oficial de campanha no ano que vem? Ou vai mesmo participar de atos, digamos, preparatórios para o processo eleitoral, nos próximos meses?

Faremos isso ainda este ano. Na verdade, nos nossos eventos oficiais, o vice-governador tem estado presente conosco. O governador e o vice-governador são parceiros extremamente importantes para que a Serra continue avançando. Nós vamos intensificar ainda mais agora esse processo, porque temos a certeza de que a continuidade desse projeto exitoso é o Ricardo Ferraço.

O senhor disse que não tem essa discussão do “e se aquilo acontecer”, mas me permita: ese o candidato do governo acabar sendo o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo? Terá ele também o seu apoio?

Nós estamos num projeto liderado pelo governador Renato Casagrande. E nós confiamos na tomada de decisão e na sabedoria do governador.

Isso é um sim? Se o candidato a governador do governador, escolhido por Casagrande para representar o grupo político liderado por ele, do qual o senhor faz parte, for Arnaldinho Borgo, o prefeito de Vila Velha terá o seu apoio também? Poderá contar com o apoio do PDT e do Weverson?

Nós somos liderados pelo governador Renato Casagrande. O governador não tem nos demonstrado nada dúbio no processo de construção do projeto político que ele lidera. E nós estamos com o Ricardo Ferraço, sob a liderança do governador Renato Casagrande.

E para o Senado? O seu primeiro candidato a senador é o próprio Casagrande?

Com toda a certeza. Renato Casagrande é o nosso pré-candidato.

E é o do PDT também? O senhor pode falar isso em nome do partido?

O partido tem que se posicionar. Por conta do ambiente em que nós estamos [o gabinete do prefeito], aqui eu não faço discussão partidária. Mas, enquanto vice-presidente estadual, o que eu tenho acompanhado dos posicionamentos do partido, com toda a certeza o PDT está integralmente integrado ao projeto liderado pelo governador Renato Casagrande.

E quanto à segunda vaga? Qual é o segundo candidato ao Senado que, hoje, tende a ter o seu apoio?

Eu acho que tem muita coisa ainda para que nós possamos avaliar. Muita sabedoria. O próprio PDT tem um quadro de excelência para compor a chapa majoritária.

Que é o ex-prefeito?

Que é o ex-prefeito Sérgio Vidigal.

Como candidato a senador?

Eu acho que nós temos condições. Vidigal deixou uma gestão extremamente bem avaliada, conseguiu apresentar à cidade um projeto de sucessão, a cidade avaliou bem a gestão do Vidigal e deu a ele a atenção necessária para conhecer o candidato que naquele momento ele apresentava. Nós estamos falando da cidade mais populosa do estado, da cidade com o maior eleitorado do estado do Espírito Santo. Então o Vidigal, mais do que nunca, mostra a sua força de gestor e a sua força de liderança política.

Então o senhor acha que ele tem cacife político para estar na chapa majoritária governista, pleiteando uma candidatura ao Senado ou até, talvez, como vice-governador?

Sob a liderança do governador, nós temos condições de contribuir no projeto naquilo que ele entender que é produtivo. Mas nós temos a certeza de que temos um excelente nome para o processo eleitoral dele.

Falando em Vidigal e na disputa ao Senado, o próprio ex-prefeito me disse, em entrevista concedida em agosto, que foi conversar pessoalmente com Paulo Hartung e o incentivou a concorrer a senador. Segundo ele, Casagrande e Hartung seriam os melhores senadores para o Espírito Santo. O senhor concorda com o seu mentor?

Olha, o Sérgio é um cara de muita experiência e eu acredito que ele tem condições de estar no processo eleitoral do ano que vem contribuindo muito com esse projeto do governador Renato Casagrande. Como está contribuindo? Participando de todas as discussões. Veja você que esse movimento que ele fez foi um movimento pensando no bem do estado do Espírito Santo. E eu, neste momento exercendo o papel de prefeito da cidade, também preciso pensar na cidade, e entendo que o Sérgio, que é um grande líder na Serra, tem condições de também representar o estado do Espírito Santo e toda esta cidade no pleito eleitoral do ano que vem.

Sobre Paulo Hartung, o senhor prefere não se manifestar?

Paulo Hartung foi um gestor que contribuiu também para o desenvolvimento deste estado. Eu confesso que não tenho diálogo atualizado para mensurar essa decisão. Mas o Sérgio mesmo fez uma fala à sua coluna que exemplifica muito o sentimento dele e o nosso. Ele entende que tanto ele quanto o ex-prefeito da cidade Audifax Barcelos fizeram bem para o planejamento estratégico e para as políticas públicas da Serra. De igual forma, o Paulo e o Renato fizeram bem para o estado do Espírito Santo. Então, quando o Sérgio se manifesta dessa maneira, ele está entendendo que o estado precisa avançar. Então, ele está correto nessa avaliação. E eu, enquanto prefeito da cidade, também entendo que o Sérgio Vidigal está apto para desempenhar grandes funções representando o Espírito Santo.

No dia 14 de agosto, o MPES apresentou denúncia contra quatro vereadores e dois ex-vereadores da Serra, aliados da sua administração, por corrupção. As investigações não atingem o senhor, nem seu antecessor, nem a Prefeitura da Serra. Mas gostaria de ouvir sua opinião sobre o seguinte aspecto. Independentemente do desfecho na Justiça, as gravações transcritas revelam um modus operandi entranhado há muito tempo na Câmara da Serra, como uma cultura política mesmo: a cultura de aproveitar projetos importantes enviados pela Prefeitura da Serra, como o Plano Diretor Municipal e o projeto de regularização fundiária, para obter vantagens indevidas de terceiros. Segundo a Promotoria Criminal da Serra, isso pode ser praticado pelos vereadores até em projetos da atual administração, comandada pelo senhor. Percebemos que seus antecessores em momento algum chegaram a se sublevar contra esse modus operandi na Câmara da Serra. O senhor, como prefeito, pretende fazer algo para bater de frente com isso? Mesmo considerando que são Poderes autônomos, o chefe do Executivo pode fazer algo para ajudar a moralizar a Câmara?

Como você disse, os Poderes são autônomos. E esse processo em específico, a prefeitura não tem relação com ele. Mesmo assim, eu tomei medidas para que, de fato, a coisa seja sempre muito transparente. O próprio projeto [que desencadeou a investigação do MPES], ele está aqui ainda para que sejam dados outros passos de regulamentação dele. Eu parei todo esse processo de regulamentação, justamente porque é necessário que seja dado andamento e que a Justiça dê clareza aos fatos. E eu estou esperando que se dê clareza aos fatos, pelo meu compromisso de transparência.

O senhor se refere ao projeto de lei de regularização fundiária, de autoria do Executivo Municipal, mandado à Câmara pela gestão passada, pelo então prefeito Sérgio Vidigal. Alguns vereadores aproveitaram a oportunidade aberta pela tramitação do projeto para propor e aprovar emendas em benefício de determinados agentes privados, em troca de propina, segundo a denúncia do MPES…

Sim. O então prefeito Sérgio Vidigal mandou esse projeto de lei com toda uma proposta de regularização fundiária. Durante a tramitação na Câmara, os vereadores fizeram uma emenda a esse projeto, que é o que estava em discussão lá. O Vidigal vetou totalmente essa emenda. O resto do projeto foi mantido.

O projeto então foi sancionado, sem aquela emenda, e virou lei municipal? Agora, competiria ao Executivo Municipal regulamentar a lei?

Regulamentar. Mas eu ainda, por um preciosismo, por querer tocar todo esse processo de maneira transparente, mesmo que o projeto não tenha relação com essa emenda, que já foi vetada, eu achei por bem deixar ele aqui sem ser regulamentado. Resolvi segurar a regulamentação.

Weverson se posiciona sobre as eleições para Governo do ES e Senado

SITE (2)