Por Eraylton Moreschi Junior, presidente da Juntos SOS Ambiental / Foto: Lucas Costa (Ales)
Ressuspensão de Partículas
A ressuspensão de partículas é a dispersão física de partículas (sólidas ou líquidas) que estavam em uma superfície, como o solo ou o fundo de um corpo de água, e são reintroduzidas no ar ou na água. Este processo é impulsionado por forças naturais, como o vento ou as correntes de água, e por atividades humanas, como a construção civil ou o tráfego de veículos, e pode ter sérios impactos na saúde humana e nos ecossistemas devido à sua capacidade de transportar poluentes.
INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA RTC 10131
O inventário realizado representa as emissões atmosféricas médias referentes ao ano de 2009. Os seguintes poluentes tiveram suas emissões quantificadas: material particulado total (MP), material particulado menor que 10 μm (MP10), material particulado menor que 2,5 μm (MP2,5), dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx = NO+NO2), monóxido de carbono (CO) e compostos orgânicos voláteis (COV)
3. INVENTÁRIO DE FONTES EMISSORAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS
O inventário de emissões atmosféricas é realizado com a intenção de descrever, da maneira mais acurada possível, a realidade das fontes emissoras.
3.1 EMISSÕES INDUSTRIAIS
As emissões industriais foram inventariadas a partir da consulta de informações integrantes dos bancos de dados do IEMA, órgãos ambientais dos municípios integrantes da RGV e pela pesquisa de dados junto às próprias empresas.
3.2 EMISSÕES VEICULARES
As emissões atmosféricas provenientes do tráfego de veículos automotores são originárias (1) do processo de combustão, nos motores dos veículos, gerando gases e partículas lançadas pelo escapamento; (2) do vazamento e evaporação de compostos orgânicos; (3) do processo de frenagem e desgaste de pneus e (4) da ressuspensão das partículas depositadas nas superfícies das vias de tráfego, provocada pela movimentação de veículos. Fonte: RTC 10131 – IEMA
O monitoramento feito nas vias citadas teve como objetivo avaliar a concentração de material particulado, principalmente, devido à ressuspensão de poeira causada pela movimentação de veículos.
3.4 SÍNTESE DO INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA RGV
Nesta seção os resultados do inventário de emissões atmosféricas da RGV são apresentados de forma resumida, demonstrando a representatividade dos grupos de fontes emissoras existentes na RGV.
# Veiculares – Ressuspensão de Partículas – 2.742,7 kg/h – 68,3%
# Industrial- Minéro-Siderurgica – 954,4 kg/h – 23,8%
EMISSÕES VEICULARES – desde PUBLICAÇÃO do Inventário de Fontes – RTC 10131 ocorreu a contestação de todos os Ambientalistas Capixabas da forma como as ressuspensões de partículas foram tratadas e estão sendo tratadas pelos órgãos ambientais do estado –COMO EMISSÕES, tratamento que tornou insignificantes o valor as emissões dos processos minéro-siderurgico.
Não estamos aqui questionando o efeito da ressuspensão na SAUDE, NA QUALIDADE DE VIDA e sim a sua classificação/utilização como emissão!
Em nossas pesquisas na internet e consulta a CETESB (Dra. Maria Helena Martins) chegamos a números na faixa de 05% para PM 2,5 e 25% para PM 10 para material de ressuspensão para a cidade de São Paulo. Podemos afirmas que as ruas, veículos, combustíveis e pneus que tem lá são os mesmos que tem aqui; e certamente poderemos afirmar que aqui temos uma diferença significativa com estas cidades, pois as nossas ressuspensões como exemplo PM 2,5 – estão na faixa de 86,38% (944,2kg/h) e as emissões em 13,62% (148,9 kg/h). fontes das informações da tabela abaixo – IEMA / INVENTÁRIOS 2009
INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA RTC190018-R1 – 2015 IEMA
Total de material particulado – 11.113,27 kg/h – 100%
Industria minéro-siderurgica – 1.822,78 kg/h – 16,40%
Ressuspenssão de partículas – 8.352,57 kg/h – 76,15%
Resumo das taxas de emissões de poluentes atmosféricos agrupadas nos setores produtivos
As emissões de material particulado da indústria minero-siderúrgica correspondem a 68% do MP, 70,4% do MP10 e 71,6% do MP2.5. Além da relevante contribuição de material particulado das indústrias minero-siderúrgicas, os setores de indústrias de produtos minerais e empreendimento da construção civil também apresentaram significativa contribuição, 11,0% e 7,4% de MP, respectivamente.
Com a utilização da ressuspensão de vias na distribuição de participação nas emissões de materiais particulados, a participação do setor minéro-siderurgico que é de 68% do MP se reduz para 16,40% do material particulado total
Tese de Doutorado do Engº José Gustavo da Costa – Belo Horizonte – MG 2024 –
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, como requisito para obtenção do título de doutor em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais. Área de Concentração: CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS – CTMA
INVESTIGAÇÃO DA ORIGEM DOS COMPOSTOS A BASE DE FERRO PRESENTES NO MATERIAL PARTICULADO ATMOSFÉRICO SEDIMENTADO E NAS FRAÇÕES MP10 E MP2,5 DA REGIÃO METROPOLITANA DE VITÓRIA (ES)
Por fim, os dados analíticos e os modelos empregados indicaram que as atividades industriais contribuem com cerca de 44% do material particulado total, seguidas pelas ressuspensão de vias e solos (~23%), emissões veiculares (~15%), aerossóis secundários (~11%) e aerossóis marinhos (~6%).