Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
O acordo verbal da Federação União Progressista, formada pelos partidos União Brasil e Progressistas, comandada no Estado pelo coordenador da bancada federal capixaba, Da Vitória (Progressistas), com o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), reforça as argumentações do grupo para debater os arranjos de composições eleitorais para o pleito do ano que vem.
Para a federação – especialmente para Da Vitória –, esse movimento surge como resposta necessária após o anúncio da possível candidatura do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), ao Senado, nome altamente vinculado com o centro e a centro-direita, e que ainda pode ajudar a conquistar votos para seus aliados.
No campo governista, o cenário em torno do governador Renato Casagrande (PSB) vai se desenhando: a aposta é na candidatura do atual vice, Ricardo Ferraço (MDB), ao Palácio Anchieta. O nome para a vice segue indefinido, enquanto Casagrande deve disputar a cadeira no Senado, onde aparece como franco favorito nas pesquisas.
A segunda vaga, porém, é alvo de intensas disputas. A entrada de Euclério nesse tabuleiro pode ampliar ainda mais o espaço do MDB, reduzindo margens de manobra para a União Progressista. Vale lembrar que Da Vitória já declarou publicamente a intenção de construir seu projeto em sintonia com Casagrande. E tem até pretensões para o Senado e, quiçá, o governo do Estado.
Abrir caminho para uma eventual filiação de Arnaldinho Borgo ao Progressistas é, portanto, uma jogada estratégica. O prefeito de Vila Velha, que ainda orbita no grupo de Casagrande e acalenta o desejo de disputar o governo do Estado, representa um ativo político valioso.
Ao se aproximar dele, a federação envia um duplo recado: de que tem capilaridade em diferentes regiões e de que pode, se necessário, trilhar outra rota. Entre essas alternativas, não está descartada uma aproximação com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que articula uma candidatura em campo oposicionista a Casagrande e Ricardo.
Como já destacado em análise anterior nesta coluna, os bastidores da política capixaba indicam que a definição de lados e alianças tende a ocorrer mais cedo do que o habitual.
A lógica é simples: menos opções tornam a escolha do eleitor mais clara, enquanto a formação de grupos robustos enfraquece as demais forças. Nesse sentido, a União Progressista mantém sua estratégia de valorização do espaço político. A eventual chegada de Arnaldinho Borgo, nesse contexto, amplia o poder de barganha da federação e fortalece sua busca por protagonismo, prioridade assumida por Da Vitória e seus aliados.