Por Redação Multimídia / ES HOJE / Foto: Divulgação
Com um olhar atento às pessoas que mais precisam, a Prefeitura de Linhares deu um passo inédito no Espírito Santo. Na quinta-feira (31), o município realizou a primeira teleconsulta domiciliar do Estado, como parte de um projeto piloto que promete transformar o cuidado com pacientes acamados ou com mobilidade restrita.
O lançamento do programa aconteceu na comunidade de Bebedouro, distrito de Linhares, na casa da pequena Laysa Claudino Vieira, de 12 anos. Aos cinco meses de vida, ela sofreu um AVC isquêmico e, desde então, enfrenta sérias limitações motoras. O atendimento médico remoto foi conduzido por uma neuropediatra diretamente de Minas Gerais, com o suporte presencial de duas técnicas de enfermagem, além do acompanhamento da coordenadora de Regulação, Kátia Kill, e da Superintendente de Saúde da Região Central da Sesa, Kamila Roldi.
“Não é apenas sobre tecnologia, é sobre olhar com sensibilidade para realidades que muitas vezes ficam invisíveis. Estamos iniciando um novo tempo na saúde de Linhares, onde ninguém será deixado para trás”, afirmou o prefeito Lucas Scaramussa, que celebrou a iniciativa como parte da política de humanização da gestão municipal.
A mãe da menina, a empreendedora Alessandra Santos Claudino, se emocionou com o cuidado recebido em casa, depois de anos enfrentando desafios para garantir o mínimo de atendimento à filha.
“Ver minha filha sendo atendida com tanto carinho, aqui no nosso lar, foi algo que me emocionou profundamente. Isso é respeito, é dignidade. A gente se sente acolhida, e isso não tem preço”, disse Alessandra, com os olhos marejados.
Durante a consulta, a equipe de enfermagem realizou os procedimentos de triagem clínica, coleta de sinais vitais e auxílio na comunicação com a médica, que, por vídeo, conduziu todo o atendimento. A especialista também emitiu receitas e solicitou exames, como acontece em uma consulta tradicional.
A médica responsável, Regiane D’Ávila, participou da teleconsulta diretamente de Patos de Minas (MG), em uma ação que reforça o papel da tecnologia como ponte para o cuidado, onde quer que o paciente esteja.
“Este é um marco na regionalização da saúde, e Linhares se coloca mais uma vez na vanguarda. A experiência foi emocionante e técnica ao mesmo tempo. Acredito que este é o futuro do cuidado, principalmente para os mais vulneráveis”, destacou Kamila Roldi, superintendente regional da Sesa.
O projeto está em fase experimental, sob coordenação da Secretaria Municipal de Saúde, que estima uma população de cerca de 2 mil pacientes acamados no município. A proposta é ampliar gradualmente o serviço, priorizando pessoas com doenças crônicas, deficiências severas e dificuldades de locomoção.
“A teleconsulta domiciliar é mais que inovação: é empatia em forma de política pública. É o tipo de cuidado que respeita a dor e o cotidiano das famílias”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Alexandre Marim.
A ação segue protocolos de segurança e ética médica, garantindo atendimento de qualidade com respaldo clínico e suporte de equipe técnica.