Por Júlio Miranda / Foto: Marcelo Perozini, chefe da Ciretran de Vitória e Viana
O jornal A Tribuna do dia 2 de junho publicou a reportagem especial: Estado tem 139 mortes de motociclistas.
Esse é um índice alarmante que reforça a gravidade da violência no trânsito, especialmente entre os condutores mais vulneráveis, como é o caso dos motociclistas.
Se comparadas ao mesmo período do ano passado, as mortes de motociclistas tiveram um aumento de 7,75% nos quatro primeiros meses de 2025. Atualmente os motociclistas representam 43,41% das vítimas dos acidentes de trânsito no Espírito Santo.
Dados do Observatório da Segurança Pública informam que das 519 internações, 325 (62,62%) eram motociclistas.
Do total de internações, 394 (75,92%) eram do sexo masculino e 130 (25,05%) com faixa etária de 20 a 29 anos.
Mas, afinal, por que os motociclistas são tão vulneráveis?
Com 19 anos de serviços prestados à Guarda Municipal de Vitória, Marcelo Perozini, atual chefe da Ciretran de Vitória e Viana, responde a essa pergunta:
“Como sabemos, por possuir uma menor proteção física, ao contrário de carros, motos não oferecem proteção estrutural em casos de colisão. Outra questão importante a ser analisada diz respeito a alta exposição ao risco, uma vez que muitos motociclistas enfrentam longas jornadas, especialmente em entregas e transporte por aplicativo. Nesse sentido, o excesso de velocidade e imprudência são fatores que resultam em ultrapassagens perigosas. Além disso, a falta de uso de capacete ou direção sob efeito de álcool também contribuem bastante para o aumento de mortes por parte dos motociclistas”, informa Perozini.
A educação no trânsito propõe campanhas mais eficazes e contínuas. Enquanto a fiscalização intensiva auxilia no combate a infrações como pilotar sem capacete, excesso de velocidade, e direção sob efeito de substâncias. A oferta de uma infraestrutura mais segura com pistas exclusivas, sinalização adequada e melhorias nas vias também representa um fator decisivo no compromisso com a vida.
Contudo, é preciso que exista conscientização por parte de todos que convivem no trânsito para que vidas sejam preservadas.