Por Poder / ES HOJE / Foto: Divulgação
O vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), é o nome preparado pelo grupo do chefe do Executivo capixaba, Renato Casagrande (PSB), para ser aquele a disputar o Palácio Anchieta. Problema é que reúne desconfianças internas e externas.
Na teoria, Ricardo reúne as credenciais ideais: já integrou uma chapa majoritária vitoriosa, em 2022, o que lhe confere um simbolismo de continuidade e, mais que isso, o credencia como o nome que não poderá disputar a reeleição em 2030 — fator valorizado por lideranças que defendem alternância no poder.
Além disso, conhece como poucos os bastidores da política capixaba, possui sólida articulação com lideranças do interior e é profundo conhecedor da economia estadual, incluindo os atores que produzem boa parte do PIB capixaba.
Mas a prática tem se mostrado bem menos confortável do que a teoria. A grande trava no avanço de seu nome está justamente na falta de confiança sobre sua viabilidade.
Dentro do próprio grupo de Casagrande, o que se ouve e vê é que Ricardo não inspira segurança quanto à capacidade de “vingar”. Já podem ser visualizados os esboços de Planos B, C e até D, por parte de aliados que não estão dispostos a ir para o embate com o risco de carregar um candidato que se mostre frágil.
Outro ponto que joga contra Ferraço é o desempenho nas pesquisas de intenção de voto. A percepção de que o vice não decola nas sondagens eleitorais tem reforçado o movimento interno por alternativas, o que, inevitavelmente, fragiliza a base governista.
Enquanto isso, do outro lado, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), é citado como pré-candidato ao governo sem que isso gere qualquer atrito ou dúvida dentro do seu campo político. Pelo contrário: Pazolini tem avançado com ações propositivas e construído uma imagem de gestor com potencial de crescimento eleitoral.
O grande desafio, portanto, é encontrar uma saída que não fragilize o grupo comandado por Casagrande. Isso exige mais do que articulação: exige definição e entendimento do time. O tempo eleitoral é implacável com incertezas e, neste caso, a hesitação pode custar caro.
Ricardo Ferraço vive hoje sob a sombra da lenda da espada de Dâmocles: ocupa uma posição de prestígio, mas com um risco iminente pairando sobre sua cabeça — o de ser descartado antes mesmo da largada oficial.