Por Mary Martins / ES HOJE / Foto: Divulgação
Em uma eleição marcada por reviravoltas internas e um raro clima de conciliação, o MDB de Vitória elegeu sua nova Executiva Municipal em chapa única, com apoio até de antigos adversários. O ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Borges, que já comandava o diretório de forma provisória, foi oficializado presidente para um mandato de dois anos. A nova composição marca um momento de pacificação após um histórico recente de disputas judiciais e fragmentação interna.
A formação da chapa consensual é vista como um ponto de virada no partido, que tenta recuperar protagonismo político na capital e no Estado. Em entrevista ao ES Hoje, Borges afirmou que o MDB de Vitória vive “um avanço” e que a união foi construída com paciência e diálogo.
“Não se faz união com uma conversa só. O maior desafio foi ter paciência. Mas no final deu tudo certo. Agora é tocar para frente, fazer um MDB forte, visando aumentar o número de vereadores na capital e no Estado em 2028”, declarou.
A nova Executiva municipal ficou composta por Sérgio Borges na presidência, Renato Borges como vice, Chico Donato como secretário-geral e Zé Maria Pimenta na tesouraria. Borges destacou ainda o papel do atual vereador João Flávio como uma das apostas do partido para consolidar a base na Câmara de Vitória: “É um rapaz competente, trabalhador, e com certeza será um grande vereador”.
De olho no futuro, Sérgio Borges também comentou a expectativa para a convenção estadual do partido, marcada para julho. Ele defende a liderança do vice-governador Ricardo Ferraço na condução do MDB capixaba, inclusive dentro de uma eventual federação com o Republicanos. “Sou favorável à federação, mas defendo que o comando aqui no Espírito Santo fique com o Ricardo. Mesmo sem termos hoje uma bancada federal ou estadual, temos nomes fortes, e o Ricardo está preparado para liderar esse processo”, disse.
Borges também citou o nome do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, como uma das grandes lideranças da sigla. “É um cara sério, competente, decidido. Já fui deputado com ele algumas vezes e sei da força que tem. O MDB tem nomes fortes, agora só precisamos nos entender, conversar, saber ceder e avançar. É assim que se constrói um partido”, concluiu.
A eleição em chapa única, algo raro no MDB local, representa uma trégua entre alas que até recentemente disputavam o controle da legenda na capital. Resta saber se o clima de consenso vai resistir às movimentações do calendário eleitoral de 2026 e, principalmente, à disputa pelo comando estadual da legenda.
