Por Poder / ES Hoje / Foto: Divulgação
O presidente do PSDB capixaba, deputado estadual Vandinho Leite, mergulhou de vez na pauta municipalista. Como parlamentar e líder partidário, o tucano está a cada semana ou em alguma cidade ou conduzindo comitivas a órgãos do governo estadual, com o qual está coladíssimo.
Não é segredo para ninguém que, da eleição de 2022 para cá, ele deu uma guinada mais afável ao grupo do governador do Estado, Renato Casagrande (PSB). Lembrando que ele, em 2020, na época da pandemia da Covid-19, esteve na incursão parlamentar tachada pelo Palácio Anchieta como invasão ao Hospital Dório Silva, na Serra. Na trupe também estava o hoje prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
O ponto é que ser oposição em um Estado no qual as emendas não são impositivas e que o governo tem alta proeminência sobre os municípios é sinônimo de ter a devida noção de que, como político, enfrentará um deserto. Há necessidade de ter argumentos constantes, além de criatividade para criar narrativas.
Sabedor de que seu partido necessitaria de promover mudanças para sobrevivência – coletiva e até individual -, o deputado optou por ações mais propositivas e menos bélicas. Também veio como ponto de bandeira da paz a entrada de Ricardo Ferraço (MDB) no entourage, que anteriormente estava na trincheira do PSDB antes do retorno à legenda emedebista.
Nas últimas eleições, dos 29.156 votos, “somente” 13.562 foram na Serra, sua conhecida base eleitoral. O restante foi pulverizado pelos demais municípios. Logo, isso só ressalta que ele não está dependente de um colégio eleitoral. Diversificou seus pontos de influência, logo.
Com esse espólio e alicerçado pela parceria com Ricardo Ferraço – e, consequentemente, com Casagrande -, Vandinho busca vencer a queda de braço para que ele seja o ungido na batalha pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, a ser definida em fevereiro do ano que vem.
Nas entrelinhas dos aliados, o tucano presidente é mais favorável para as pretensões de Ricardo disputar a corrida pelo Palácio Anchieta em 2026. O núcleo de chumbo ao redor de Casagrande defende que Marcelo Santos, por mais que jure fidelidade, teve posicionamentos que foram de encontro aos tomados pela cozinha casagrandista, como o apoio irrestrito a Pazolini na Capital.
O ponto em questão é que alguns observadores relatam é que Vandinho, contudo, é um “novo cristão” na teologia do casagrandismo. E numa base para formação de 2026 que anda meio incerta, não se tem a mínima noção de com quem o PSDB andará nas majoritárias e muito menos a dimensão da força partidária, que anda patinando em cenário nacional e estadual.
Mas Vandinho aprendeu, nos últimos anos, o poder de cativar lideranças. E vai usar isso a favor para os seus próximos passos, como na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.