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Ben-Hur Farina pede impugnação da chapa de Érica Neves

Por Juliana Rodrigues / ES HOJE / Foto: Divulgação

Ben-Hur Farina, candidato à presidência da OAB Espírito Santo pela chapa 3, protocolou uma representação na Comissão Eleitoral contra a candidata Érica Neves, da chapa 10, pedindo a suspensão imediata da campanha e a cassação de sua candidatura. A acusação aponta abuso de poder econômico, tráfico de influência, favorecimento indevido, conluio com uma empresa terceirizada e ofensa à imagem da instituição.

O caso expõe tensões na disputa pela presidência da OAB-ES, envolvendo acusações graves que podem impactar diretamente o processo eleitoral e a credibilidade da entidade.

A representação tem como base uma gravação de áudio apresentada por Ben-Hur, na qual Érica supostamente negocia apoio político em troca de benefícios futuros. O material foi submetido a análise técnica, e o laudo pericial concluiu que as falas questionadas são autênticas e compatíveis com a voz de Érica Neves. O perito responsável destacou que não houve manipulação ou uso de inteligência artificial nos áudios.

Na gravação, Érica menciona acordos com a empresa terceirizada Condonal, que presta serviços à OAB-ES. O diálogo, transcrito na representação, sugere a intenção de garantir apoio financeiro para equilibrar a disputa eleitoral, uma prática que Ben-Hur afirma ser ilegal e contrária aos princípios éticos da advocacia.

Além disso, a acusação aponta que Érica demonstrou conhecimento de irregularidades administrativas, mas optou por não denunciá-las, o que, segundo a representação, compromete a transparência e a moralidade institucional da OAB.

“Olha só. Vou conversar com o cara da Condonal. Qual a linha que a gente tem que conversar, por quê? Porque eu vou ser cobrada. Vou ser cobrada. Sentei naquela cadeira, vai vir fulano. Cadê o contrato com a Condonal? Porra, na campanha, a gente sabia que… Desde o ano passado. Eu vou ter que segurar. Falar assim.. Nem que seja pra sentar e falar. Resolvamos o contrato com a Condonal. Não preciso falar com o valor, não preciso falar disso. Resolvamos. Só que na política você tem que dar uma satisfação. Depois. Senão você perde sua credibilidade. Aí ele falou, conversa nessa linha. Agora, a gente sabe que na época de campanha, ou desde já, o Rizk tem um apoio financeiro que a gente não vai ter. Nós somos uma oposição. Fato. A Condonal é um alvo da oposição. Você que segurou. Me botaram e ainda botaram culpa no Pedrinho. Você que segurou por causa da sua amizade, eu sou o quê? Então, pede pelo menos uma forma de equilíbrio disso, pra que não seja tão destoante”, diz trecho.

Ben-Hur Farina disse que sua denúncia objetiva defender a advocacia como um todo, ressaltando que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) exige transparência, ética e moral. Segundo ele, independentemente de quem seja beneficiado ou eleito, era necessário trazer os fatos à tona e fazer as solicitações cabíveis, já que a OAB está acima de qualquer interesse pessoal.

“Não se pode querer chegar ao poder pelo poder, passando por cima de ética, moral e transparência. O Direito não permite isso. E quando nós assinamos o juramento, fizemos nosso juramento na OAB de respeito, retidão, isso era primordial e isso é exigido tanto para o jovem quanto para o advogado mais velho, então ninguém fica impune de nada”, comentou o candidato.

A Comissão Eleitoral agora analisa o pedido de liminar para suspensão da campanha e a representação poderá ser encaminhada ao Ministério Público para investigação criminal, conforme solicitado por Farina. Ao deixar a sede da OAB estadual, o candidato seguiu para a Superintendência da Polícia Federal, em Vila Velha, onde registrou uma notícia -crime de extorsão contra Érica Neves. “Não estamos entrando contra o empresário porque não sabemos quem ele é”, explicou Farina.

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